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Plinio Corrêa de Oliveira Revolução e Contra-Revolução IntraText CT - Texto |
C. "A argumentação contra-revolucionária é polemica e nociva"
O terceiro "slogan" consiste em censurar as obras intelectuais dos contra-revolucionários, por seu caráter negativista e polemico, que as levaria a insistir demais na refutação do erro, em lugar de fazer a explanação límpida e despreocupada da verdade. Elas seriam, assim, contraproducentes, pois irritariam e afastariam o adversário. Exceção feita de possíveis demasias, esse cunho aparentemente negativista tem uma profunda razão de ser. Segundo o que foi dito neste trabalho, a doutrina da Revolução esteve contida nas negações de Lutero e dos primeiros revolucionários, mas apenas muito lentamente se foi explicitando no decorrer dos séculos. De maneira que os autores contra-revolucionários sentiram, desde o inicio, e legitimamente, dentro de todas as formulações revolucionarias, algo que excedia à própria formulação. Há muito mais a mentalidade da Revolução a considerar em cada etapa do processo revolucionário, do que simplesmente a ideologia enunciada nessa etapa. Para fazer trabalho profundo, eficiente, e inteiramente objetivo, é, pois, necessário acompanhar passo a passo o desenrolar da marcha da Revolução, num penoso esforço de explicitação das coisas implícitas no processo revolucionário. Só assim é possível atacar a Revolução como de fato deve ela ser atacada. Tudo isto tem obrigado os contra-revolucionários a ter constantemente os olhos postos na Revolução, pensando, e afirmando as suas teses, em função dos erros dela. Neste duro trabalho intelectual, as doutrinas de verdade e de ordem existentes no deposito sagrado do Magistério da Igreja são, para o contra-revolucionário, o tesouro do qual ele vai tirando coisas novas e velhas (cfr. Mt. 13,52) para refutar a Revolução, à medida que vai vendo mais fundo nos tenebrosos abismos desta.
Assim, pois, em vários de seus mais importantes aspectos é sadiamente negativista e polemico o trabalho contra-revolucionário. É, aliás, por razões não muito diversas que o Magistério Eclesiástico vai definindo as verdades, o mais das vezes, em função das diversas heresias que vão surgindo ao longo da historia. E formulando-as como condenação do erro que lhes é oposto. Assim agindo, a Igreja nunca receou fazer mal às almas.