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Plinio Corrêa de Oliveira Revolução e Contra-Revolução IntraText CT - Texto |
B. Monarquias protestantes -- Repúblicas católicas
Uma objeção que se poderia fazer a nossas teses consistiria em dizer que, se o movimento republicano universal é fruto do espírito protestante, não se compreende como no mundo só haja atualmente [quando o livro foi escrito, em 1958] um Rei católico, e tantos países protestantes se conservem monárquicos.
A explicação é simples. A Inglaterra, a Holanda e as nações nórdicas, por toda uma série de razões histórica, psicológicas etc., são muito afins com a monarquia. Penetrando nelas, a Revolução não conseguiu evitar que o sentimento monárquico "coagulasse". Assim, a realeza vem sobrevivendo obstinadamente nesses países, apesar de neles a Revolução ir penetrando cada vez mais a fundo em outros campos. "Sobrevivendo"..., sim, na medida em que morrer aos poucos pode ser chamado sobreviver. Pois a monarquia inglesa reduzida em larguíssima medida a um papel de aparato, e as demais realezas protestantes transformadas para quase todos os efeitos em repúblicas cujo é chefe vitalício e hereditário, vão agonizando suavemente, e, a continuarem assim as coisas, se extinguirão sem ruído.
Sem negar que outras causas contribuem para esta sobrevida, queremos, entretanto, pôr em evidência o fator --muito importante, aliás-- que se situa no âmbito de nossa exposição.
Pelo contrário, nas nações latinas, o amor a uma disciplina externa e visível, a um poder público forte e prestigioso, é --por muitas razões-- bem menor.
A Revolução não encontrou nelas, pois, um sentimento monárquico tão arraigado. Levou os tronos facilmente. Mas até agora não foi suficientemente forte para arrastar a Religião.