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Congregação para a doutrina da fé
Dominus Iesus

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10.  Semelhantes teses estão em profundo contraste com a cristã. Deve, de facto, crer-se firmemente na doutrina de que proclama que Jesus de Nazaré, filho de Maria, e só ele, é o Filho e o Verbo do Pai. O Verbo, que « estava no princípio junto de Deus » (Jo 1,2), é o mesmo « que Se fez carne » (Jo 1,14). Em Jesus « o Cristo, o Filho do Deus vivo » (Mt 16,16) « habita corporalmente toda a plenitude da divindade » (Col 2,9). Ele é « o Filho unigénito, que está no seio do Pai » (Jo 1,18), o seu « Filho muito amado, no qual temos a redenção [...]. Aprouve a Deus que n'Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus » (Col 1,13-14.19-20).

Fiel à Sagrada Escritura e refutando interpretações erróneas e redutivas, o primeiro Concílio de Niceia definiu solenemente a própria em « Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado unigénito do Pai, ou seja, da substância do Pai; Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por meio do qual foram criadas todas as coisas do céu e da terra. Por nós homens e pela nossa salvação, desceu do céu, encarnou e Se fez homem, sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, voltou a subir ao céu, donde virá para julgar os vivos e os mortos ».(28) Seguindo os ensinamentos dos Padres, também o Concílio de Calcedónia professou « que o único e idêntico Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, é Ele mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem [...], consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade [...]; gerado do Pai antes dos séculos segundo a divindade e, nos últimos dias, Ele mesmo por nós e pela nossa salvação, de Maria, a virgem Mãe de Deus, segundo a humanidade ».(29)

Por isso, o Concílio Vaticano II afirma que Cristo, « novo Adão », « imagem de Deus invisível » (Col 1,15), « é o homem perfeito, que restituiu à descendência de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado [...]. Cordeiro inocente, pelo seu sangue voluntariamente derramado, mereceu-nos a vida e n'Ele Deus nos reconciliou consigo e connosco, libertando-nos da escravidão do diabo e do pecado, de tal sorte que cada um pode dizer com o Apóstolo: o Filho de Deusamou-me e entregou-Se a Si mesmo por mim” (Gal 2,20) ».(30)

A esse respeito, João Paulo II declarou explicitamente: « É contrário à cristã introduzir qualquer separação entre o Verbo e Jesus Cristo [...]: Jesus é o Verbo Encarnado, pessoa una e indivisa [...]. Cristo não é diferente de Jesus de Nazaré; e este é o Verbo de Deus, feito homem para a salvação de todos [...]. À medida que formos descobrindo e valorizando os diversos tipos de dons, e sobretudo as riquezas espirituais, que Deus distribuiu a cada povo, não podemos separá-los de Jesus Cristo, o qual está no centro da economia salvadora ».(31)

É igualmente contra a católica introduzir uma separação entre a acção salvífica do Logos, enquanto tal, e a do Verbo feito carne. Con a encarnação, todas as acções salvíficas do Verbo de Deus fazem-se sempre em unidade com a natureza humana, que Ele assumiu para a salvação de todos os homens. O único sujeito que opera nas duas naturezashumana e divina — é a única pessoa do Verbo. (32)

Portanto, não é compatível com a doutrina da Igreja a teoria que atribui uma actividade salvífica ao Logos como tal na sua divindade, que se realizasse « à margem » e « para além » da humanidade de Cristo, também depois da encarnação. (33)




28 Conc. de Niceia I, Symbolum Nicaenum: Denz., n. 125.



29 Conc. de Calcedónia, Symbolum Chalcedonense: Denz., n. 301.



30 Conc. Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, n. 22.



31 João Paulo II, Carta Enc. Redemptoris missio, n. 6.



32 Cf. S. Leão Magno, Tomus ad Flavianum: Denz., n. 294.



33 Cf. S. Leão Magno, Litterae « Promisisse me memini » ad Leonem I imp.: Denz., n. 318: « In tantam unitatem ab ipso conceptu Virginis deitate et humanitate conserta, ut nec sine homine divina, nec sine Deo agerentur humana ». Cf. ainda ibid.: Denz., n. 317.






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