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Congregação para a doutrina da fé
Dominus Iesus

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8.  Existe também quem avance a hipótese do valor inspirado dos textos sagrados de outras religiões. Certamente deve admitir-se que alguns elementos presentes neles são de facto instrumentos, através dos quais, multidões de pessoas puderam, através dos séculos, e podem ainda hoje alimentar e manter a sua relação religiosa com Deus. Por isso, o Concílio Vaticano II, referindo-se aos modos de agir, aos preceitos e doutrinas das outras religiões, afirma — como cima se recordou — que, « embora em muitos pontos estejam em discordância com aquilo que [a Igreja] afirma e ensina, muitas vezes reflectem um raio daquela Verdade, que ilumina todos os homens ».(23)

A tradição da Igreja, porém, reserva o qualificativo de textos inspirados aos livros canónicos do Antigo e Novo Testamento, enquanto inspirados pelo Espírito Santo.(24) Fiel a esta tradição, a Constituição dogmática sobre a divina Revelação do Concílio Vaticano II ensina: « Com efeito, a Santa Mãe Igreja, por fé apostólica, tem como sagrados e canónicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque escritos por inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; 2 Tim 3,16; 2 Pedro 1,19-21; 3,15-16), têm Deus por autor e, como tais, foram confiados à própria Igreja ».(25) Tais livros « ensinam com firmeza, com fidelidade e sem erro, a verdade que Deus, por causa da nossa salvação, quis consignar nas Sagradas Letras ».(26)

Embora querendo congregar em Cristo todas as gentes e comunicar-lhes a plenitude da sua revelação e do seu amor, Deus não deixa de Se tornar presente sob variadas formas « quer aos indivíduos, quer aos povos, através das suas riquezas espirituais, das quais a principal e essencial expressão são as religiões, mesmo se contêm “lacunas, insuficiências e erros” ».(27) Portanto, os livros sagrados das outras religiões, que sem dúvida alimentam e orientam a existência dos seus sequazes, recebem do mistério de Cristo os elementos de bondade e de graça neles presentes.

 




23 Conc. Vaticano II, Decl. Nostra aetate, n. 2. Cf. ainda Conc. Vaticano II, Decr. Ad gentes, n. 9, onde se fala de elementos de bem, presentes « nos usos e culturas particulares dos povos »; Const. dogm. Lumen gentium, n. 16, onde se acena a elementos de bem e de verdade, presentes entre os não cristãos, que podem ser considerados uma preparação para a aceitação do Evangelho.



24 Cf. Conc. de Trento, Decr. de libris sacris et de traditionibus recipiendis: Denz., n. 1501; Conc. Vaticano I, Const. dogm. Dei Filius, cap. 2: Denz., n. 3006.



25 Conc. Vaticano II, Const. dogm. Dei verbum, n. 11.



26 Ibid.



27 João Paulo II, Carta Enc. Redemptoris missio, n. 55. Cf. ainda n. 56. Cf. Paulo VI, Exort. apost. Evangelii nuntiandi, n. 53.






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