d) As
vocações a serviço da vocação da Igreja
Mas, tender
eficazmente em direção a essa meta significa aderir à
ação misteriosa do Espírito em algumas
direções bem determinadas, que preparam e constituem o segredo de
uma verdadeira vitalidade da Igreja dos anos 2.000.
Ao
Espírito Santo condiz, antes de tudo, o eterno protagonismo da comunhão
que se reflete no ícone da comunidade eclesial, visível
através da pluralidade dos dons e dos ministérios.
(37) É precisamente no Espírito que cada cristão
descobre a sua absoluta originalidade, a unicidade do seu chamado e, ao mesmo
tempo, a sua natural e indelével tendência à unidade.
É no Espírito que as vocações na Igreja são
tantas e, juntas, são uma mesma única vocação
à unidade do amor e do testemunho. É ainda a ação
do Espírito que torna possível a pluralidade das
vocações na unidade da estrutura eclesial: as
vocações na Igreja são necessárias na sua variedade
para realizar a vocação da Igreja; e, por sua vez, a
vocação da Igreja é tornar possíveis e
factíveis as vocações da e na Igreja. Todas as
vocações, portanto, propendem para o testemunho do ágape,
para o anúncio de Cristo, único salvador do mundo.
É
justamente essa a originalidade da vocação cristã: fazer
coincidir a realização da pessoa com a realização
da comunidade; mais uma vez, isso quer dizer fazer prevalecer a lógica
do amor sobre a dos interesses pessoais, a lógica da partilha sobre a da
apropriação narcisista dos talentos (cf 1 Cor 12-14).
Portanto, a
santidade se torna a verdadeira epifania do Espírito Santo na
História. Se cada Pessoa da Comunhão Trinitária tem a sua
fisionomia, e se é verdade que as fisionomias do Pai e do Filho
são bastante familiares, porque, fazendo-se homem como nós, Jesus
revelou a face do Pai os santos se tornam o ícone mais eloqüente do
mistério do Espírito. Assim também, na própria
vocação particular e no chamado universal à santidade,
todo crente fiel ao evangelho esconde e revela a fisionomia do Espírito
Santo.
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