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Pontifícia Obra para as Vocações Eclesiásticas
Novas vocações para nova Europa

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  • TERCEIRA PARTE PASTORAL DAS VOCAÇÕES « ...Cada um os ouvia falar na sua própria língua » (At 2,6)
    • Aspectos teológicos da pastoral vocacional
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Aspectos teológicos da pastoral vocacional

25. Mas, que teologia fundamenta, inspira e motiva a pastoral vocacional enquanto tal?

A resposta é importante no nosso contexto, porque serve como elemento mediador entre a teologia da vocação e uma práxis pastoral coerente com ela, que nasça dessa teologia e a ela retorne. Com efeito, sobre esse questionamento, o Congresso manifestou a exigência de uma reflexão ulterior, no intuito de descobrir os motivos que ligam intrinsecamente pessoas e comunidades à ação vocacional, e para evidenciar uma melhor relação entre teologia da vocação, teologia da pastoral vocacional e práxis pedagógico-pastoral.

« A pastoral das vocações nasce do mistério da Igreja e se coloca a serviço dela ». (55) Por isso, o fundamento teológico da pastoral das vocações « só pode brotar da leitura do mistério da Igreja como mysterium vocationis ». (56)

João Paulo II recorda claramente, a respeito disso, que a « dimensão vocacional é conatural e essencial à pastoral da Igreja », isto é, à sua vida e à sua missão. (57) Portanto, de certo modo, antes de definir o seu operar, a vocação define o ser profundo da Igreja. No próprio nome « Ecclesia », está indicada a sua fisionomia vocacional, porque ela é realmente assembléia de chamados. (58) Então, muito justamente o Instrumentum laboris do Congresso nota que « a pastoral unitária se funda na vocacionalidade da Igreja ». (59)

Por conseguinte, por sua natureza, a pastoral das vocações é uma atividade que tem por fim o anúncio de Cristo e a evangelização dos crentes em Cristo. Eis a resposta à nossa pergunta: precisamente no chamado da Igreja a comunicar a se radica a teologia da pastoral vocacional. Isso diz respeito à Igreja universal, mas se atribui de modo especial a cada comunidade cristã, (60) especialmente no atual momento histórico do Velho Continente. « Para esta sublime missão de fazer florir uma nova idade de evangelização na Europa, hoje se requerem evangelizadores especialmente preparados ». (61)

A propósito, convém lembrar alguns pontos firmes, indicados pelo atual magistério pontifício, para que se tornem pontos de partida da práxis pastoral das Igrejas particulares.

a) Uma vez evidenciada a dimensão vocacional da Igreja, compreende-se que a pastoral vocacional não é um elemento acessório ou secundário, com o único objetivo de recrutamento de agentes pastorais, nem um movimento isolado ou setorial, determinado por uma situação eclesial de emergência, mas uma atividade ligada ao ser da Igreja e, portanto, também intimamente inserida na pastoral geral de cada Igreja. (62)

b) Toda vocação cristã vem de Deus, mas chega à Igreja e passa sempre através da sua mediação. A IgrejaEcclesia »), que por constituição natural é vocação, é ao mesmo tempo geradora e educadora de vocações. (63) Por conseguinte, « a pastoral vocacional tem como sujeito ativo, como protagonista, a comunidade eclesial como tal, nas suas diversas expressões: da Igreja universal à Igreja particular e, analogamente, desta à paróquia e a todos os componentes do Povo de Deus ». (64)

c) Todos os membros da Igreja, sem exclusão de nenhum, têm a graça e a responsabilidade de cuidar das vocações. É um dever que entra no dinamismo vital da Igreja e no processo do seu desenvolvimento. Somente com base nessa convicção, a pastoral vocacional poderá manifestar sua fisionomia verdadeiramente eclesial, e desenvolver uma ação concorde, servindo-se também de organismos específicos e de instrumentos adequados de comunhão e corresponsabilidade. (65)

d) A Igreja particular descobre a própria dimensão existencial e terrena na vocação de todos os seus membros à comunhão, ao testemunho, à missão, ao serviço de Deus e dos irmãos... Por isso, respeitará e promoverá a variedade dos carismas e dos ministérios, portanto das diversas vocações, todas elas manifestações do único Espírito

e) Base de toda a pastoral vocacional é a oração ordenada pelo Salvador (Mt 9,38). Ela empenha não apenas os indivíduos, mas também as inteiras comunidades eclesiais. (66) « Devemos dirigir ao Dono da messe nossa oração incessante, para que envie operários à sua Igreja, a fim de enfrentar as urgências da nova evangelização ». (67)

Mas, vale a pena recordar, a autêntica oração vocacionalmerece esse nome e se torna eficaz, quando cria coerência de vida, antes de tudo no próprio orante; e se associa, no resto da comunidade crente, com o anúncio explícito e a catequese adequada, para facilitar, nos chamados ao sacerdócio e à vida consagrada, como a qualquer outra vocação cristã, aquela resposta livre, pronta e generosa, que torna operante a graça da vocação. (68)




55) DC, 5.



56) A expressão se encontra na Exortação Apostólica de João Paulo II Pastores dabo vobis, n. 34. No mesmo documento estão bem delineados os motivos fundantes que ligam intrinsecamente a pastoral vocacional à Igreja.



57) Ibidem.



58) Ibidem.



59) IT, 58.



60) A expressão « comunidade cristã » é, por si mesma, expressão genérica que indica uma Igreja particular ou local, como também uma paróquia. É equivalente a um grupo de cristãos residentes num lugar e representa a Igreja de maneira atual, quando se reúne para orar e servir, para dar testemunho do amor e da presença de Cristo no meio deles. Ao invés, a expressão « Comunidade eclesial » tem um significado mais específico, porque evidencia a presença dos elementos que constituem a Igreja, a partir da centralidade do mistério eucarístico; de modo próprio se aplica à diocese e às paróquias, que são comunidades eclesiais eucarísticas, graças à presença do ministério ordenado; as outras o são por extensão do significado. Cf a respeito DC, 13-16.



61) Joao Paulo II, Discorso al VI Simposio delle Conferenze Episcopali Europee, 11.10.1985.



62) Pastores dabo vobis, 34.



63) Ibidem, 35.



64) Ibidem, 41.



65) Cf Ibidem, 41.



66) Ibidem, 38.



67) Vita consecrata, 64.



68) Ibidem.






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