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Pontifícia Obra para as Vocações Eclesiásticas
Novas vocações para nova Europa

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  • TERCEIRA PARTE PASTORAL DAS VOCAÇÕES « ...Cada um os ouvia falar na sua própria língua » (At 2,6)
    • Itinerários pastorais vocacionais
      • a
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a) A liturgia e a oração

A liturgia significa e indica ao mesmo tempo a expressão, a origem e o alimento de toda vocação e ministério na Igreja. Nas celebrações litúrgicas se faz memória do agir de Deus no Espírito, a que se ligam todas as dinâmicas vitais do cristão. Na liturgia, que culmina com a Eucaristia, se exprime em toda a sua plenitude, a vocação-missão da Igreja e de todo crente.

Da liturgia vem sempre um apelo vocacional para quem participa. (77) Toda celebração é um evento vocacional. No mistério celebrado o crente não pode deixar de reconhecer a própria vocação pessoal, não pode deixar de ouvir a voz do Pai que, no Filho, pela força do Espírito, o chama a se doar igualmente pela salvação do mundo.

A oração também se torna caminho para o discernimento vocacional, não só porque Jesus mesmo convidou a rogar ao dono da messe, mas porque é somente na escuta de Deus que o crente pode chegar a descobrir o projeto que Deus mesmo traçou: no mistério contemplado, o crente descobre a própria identidade, « escondida com Cristo em Deus » (Cl 3,3).

E mais, a oração é a ?única que pode acionar aquelas atitudes de confiança e de abandono, indispensáveis para pronunciar o próprio « sim» e superar medos e incertezas. Toda vocação nasce da in-vocação.

Mas a experiência pessoal da oração, como diálogo com Deus, também pertence a essa dimensão: mesmo quando é « celebrada » na intimidade da própria « cela », é relação com aquela paternidade da qual deriva toda vocação. Tal dimensão é mais evidente do que nunca na experiência da Igreja das origens, cujos membros eram assíduos « na fração do pão e na oração » (At 2,42). Em tal comunidade, toda decisão era precedida pela oração; toda escolha, sobretudo para a missão, se dava num contexto litúrgico (At 6,1-7; 13,1-5).

É a lógica orante que a comunidade havia aprendido com Jesus quando, diante das « multidões cansadas e combalidas como rebanho sem pastor, ele havia dito: « A messe é grande mas os operários são poucos. Por isso, rogai ao Dono da messe, para que mande operários à sua messe » « (Mt 9, 36-38; Lc 10,2).

Nestes últimos anos, as comunidades cristãs da Europa têm desenvolvido múltiplas iniciativas de oração pelas vocações, que encontraram grande ressonância no Congresso. Em muitos casos, nas comunidades diocesanas e paroquiais, a oração que se tornou « incessante », dia e noite, é uma das estradas mais percorridas para criar nova sensibilidade e nova cultura vocacional favorável ao sacerdócio e à vida consagrada.

O ícone evangélico do « Dono da messe » conduz ao coração da pastoral das vocações: a oração. Oração que sabe « olhar » com sabedoria evangélica o mundo e cada homem na realidade de suas necessidades de vida e de salvação. Oração que exprime a caridade e a « compaixão » (Mt 9,36) de Cristo para com a humanidade, que hoje também se mostra como « um rebanho sem pastor » (Mt 9,36). Oração que exprime a na voz poderosa do Pai, o único que pode chamar e enviar para trabalhar na sua vinha. Oração que exprime a viva esperança em Deus, que jamais deixará faltar à Igreja os « operários » (Mt 2,38) necessários para levar a bom termo a sua missão.

No Congresso, suscitaram muito interesse os testemunhos sobre a experiência de lectio divina em perspectiva vocacional. Em algumas dioceses, são muito difundidas as « escolas de oração » ou « escolas da Palavra ». O princípio em que se inspiram é aquele, já clássico, contido na Dei Verbum: « Todos os fiéis adquiram a sublime ciência de Jesus Cristo, com a leitura freqüente da Divina Escritura, acompanhada pela oração ». (78)

Quando tal ciência se torna sabedoria que se nutre de freqüentação habitual, os olhos e os ouvidos do crente se abrem ao reconhecer a Palavra que chama sem cessar. Então o coração e a mente estão em condição de acolhê-la e de vivê-la sem medo.




77) Por si mesma a liturgia é um apelo. Ela é o lugar privilegiado onde todo o povo de Deus se encontra de modo visível e se realiza o mistério da » (Proposições, 13).



78) Dei Verbum, 25.






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