d) Reconhecimento
de Jesus e auto-reconhecimento do discípulo
Os olhos dos
discípulos de Emaús se abrem diante do gesto eucarístico
de Jesus.
É diante
desse gesto que Cléofas e o companheiro percebem também o sentido
do seu caminho, como uma viagem não só rumo ao reconhecimento de
Jesus, mas também rumo ao próprio reconhecimento «
Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo
caminho e nos explicava as Escrituras? ».
Não
há simplesmente uma certa comoção nos dois peregrinos que
escutam a explicação do Mestre, mas a sensação de
que a sua vida, a sua Eucaristia, a sua Páscoa, o seu mistério
serão sempre mais a sua própria vida, eucaristia, páscoa,
mistério.
No
coração que se abrasa, existe a descoberta da
vocação e a história de toda vocação. Sempre
ligada a uma experiência de Deus, em que a pessoa descobre também
a si mesma e a própria identidade.
Formar para a
escolha vocacional quer dizer mostrar sempre mais a ligação entre
experiência de Deus e descoberta do eu, entre teofania e auto-identidade.
É muito verdadeiro o que afirma o Instrumentum laboris: « O
reconhecimento dele como Senhor da vida e da história comporta o
auto-reconhecimento do discípulo ». (104) E quando o ato de
fé consegue conjugar o « reconhecimento cristológico » com o «
auto-reconhecimento antropológico », a semente da vocação
já está madura, ou melhor, está florescendo.
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