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Pontifícia Obra para as Vocações Eclesiásticas
Novas vocações para nova Europa

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  • PRIMEIRA PARTE A SITUAÇÃO VOCACIONAL EUROPÉIA, HOJE
    • Nova Europa
      • c
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c) « Homem sem vocação »

Esse jogo de contrastes se reflete, inevitavelmente no plano da projetação do futuro que — por parte dos jovens — é visto numa ótica conseqüente, limitada à própria visão, em função de interesses estritamente pessoais (a auto-realização).

É uma lógica que reduz o futuro à escolha de uma profissão, à garantia econômica, ou à satisfação sentimental-emotiva, dentro de horizontes que, de fato, reduzem o desejo de liberdade e a possibilidade do sujeito a projetos limitados, na ilusão de ser livre.

São escolhas sem nenhuma abertura ao mistério e ao transcendente e, talvez, também com escassa sensibilidade em relação à vida, própria e dos outros, da vida recebida como dom e a ser gerada nos outros. Em outras palavras, é uma sensibilidade e mentalidade que corre o risco de delinear um tipo de cultura antivocacional. Equivale a dizer que, na Europa culturalmente complexa e sem pontos de referência bem precisos, semelhante a um grande pantheon, o modelo antropológico que prevalece parece ser o do « homem sem vocação ».

Esta seria uma descrição possível: « Uma cultura pluralista e complexa tende a produzir jovens com uma identidade incompleta e fraca, com a conseqüente indecisão crônica diante da escolha vocacional. Muitos jovens não dominam nem mesmo a « gramática elementar » da existência; são nômades: circulam, sem se firmar em nível geográfico, afetivo, cultural, religioso, eles « vão tentando »! Em meio à grande quantidade e diversidade das informações, mas com pobreza de formação, mostram-se dispersos, com poucas referências e poucos referenciais. Por isso têm medo do futuro, sentem-se ansiosos diante de compromissos definitivos, e se questionam a respeito do seu ser. Se, por um lado, a qualquer custo buscam autonomia e independência, por outro, como refúgio, tendem a ser muito dependentes do ambiente sócio-cultural e a procurar a satisfação imediata dos sentidos: daquilo que « me agrada », daquilo que « faz com que eu me sinta bem », num mundo afetivo feito sob medida ». (9)

É uma tristeza encontrar jovens, embora inteligentes e bem dotados, nos quais parece apagada a vontade de viver, de acreditar em alguma coisa, de tender para grandes objetivos, de esperar num mundo que, graças a seus esforços, pode se tornar melhor. São jovens que parecem sentir-se supérfluos no jogo ou no drama da vida, quase demissionários em relação a ela, meio perdidos ao longo de caminhos interrompidos, e reduzidos aos níveis mínimos da tensão vital. Sem vocação, mas também sem futuro, ou com um futuro que, no máximo, será uma fotocópia do presente.




9) Proposições, 3.






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