No que erram
particularmente os que sustentam que a A. C. tem funções hierárquicas
Quanto aos que afirmam
que a A. C. tem uma função hierárquica sem ter cargo hierárquico, não
examinaremos se sua opinião é, ou não, compatível com o argumento precedente.
Basta-nos mostrar que procedem de um ponto de partida falso, pois parecem
ignorar que toda a função confiada a titulo permanente a alguém implica na
criação de um cargo. É certo que um simples sacerdote pode, sem com isto
adquirir na Hierarquia de Ordem um cargo novo, administrar o Sacramento do
Crisma. Mas, quando ele exerce esta função a título definitivo e em razão de
ofício, passa a ter uma situação e um cargo próprios. É este o caso dos Prelados
Apostólicos e dos Vigários Apostólicos, simples sacerdotes com importantes
parcelas de poderes de Bispo. Os poderes hierárquicos podem ser desmembrados.
Dai a instituição de graus da Hierarquia pela Igreja, ao lado dos graus de
instituição divina. Entretanto, sempre que este desmembramento é feito a título
definitivo, e alguém dele beneficia permanentemente, cria-se para o encarregado
desta função hierárquica um cargo que, por qualquer forma, é também ele
hierárquico, embora não seja um dos graus da Hierarquia. Corno não perceber as
dificuldades que, à vista do que disse o Concilio do Vaticano, decorrem da
idéia de que não apenas um ou outro fiel, mas toda a massa dos fiéis poderia
ter acesso a tais cargos?
É certo que certas funções da Hierarquia de Jurisdição poderiam, em tese,
ser franqueadas a leigos. Mas isto é coisa muito diversa de associar, ainda que
potencialmente, ao exercício destas funções, a massa do laicato.
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