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Plinio Corrêa de Oliveira
Em defesa da Ação Católica

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  • SEGUNDA PARTE   A A. C. e a vida interior
    • CAPÍTULO I   Graça, Livre Arbítrio e Liturgia
      • As regras de modéstia cristã
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As regras de modéstia cristã

 

Uma camaradagem completa nivela sexos, idades, condições sociais, em uma igualdade apresentada como a realização da fraternidade cristã. Não espanta que, considerando supressos os efeitos do pecado original – ".... os sentidos e os pensamentos do coração do homem são inclinados para o mal desde a sua mocidade" (Gen., VIII, 21), adverte entretanto a Escritura – , e das tentações diabólicas, desprezem e se riam de muitas das barreiras, que uma tradição cristã introduziu entre os sexos, na sociedade.

Dessas barreiras, algumas não se destinam tanto a proteger a inocência, quanto a reputação da jovem. Muito vivazes no Brasil, constituem preciosa proteção de integridade da vida doméstica. Ademais, são expressamente conformes ao que nos diz S. Paulo, quando nos preceitua que evitemos o mal e até “nos guardemos de qualquer aparência de mal” (1 Tes. 5, 21-22).

Esses elementos, sob o especioso pretexto de que a infração desses costumes não é intrinsecamente imoral, não só toleram mas aconselham que os membros da A. C. os ponham de lado.

Exemplifiquemos: ninguém ignora que, em tese é possível que uma moça saia a noite inteiramente só, com um grupo de rapazes estranhos à sua família, sem com isto cair em pecado.

Mas em um país como o nosso, em que esse perigoso hábito não se introduziu, todo o mundo sabe quanto tem que lucrar a sociedade com o repúdio de uma prática tão imprudente.

No entanto, estes elementos não só permitem como aconselham a assim se proceder na A. C...

Ninguém ignora os múltiplos perigos, que os bailes trazem consigo. Tais bailes, entretanto, não são tolerados mas recomendados, não são recomendados, mas até impostos: os retiros espirituais durante o carnaval, são considerados uma deserção, pois que o membro da A. C. deve fazer apostolado nas festas pagãs do carnaval.

Houve quem pretendesse que, indo a lugares suspeitos e escandalosos, faria apostolado, levando ali "o Cristo".

Vacinados contra o pecado, pelos efeitos maravilhosos da Liturgia e do mandato da A. C., pretenderiam. certos membros desta, como salamandras. instalar-se em pleno fogo, sem se queimar.

Agasta-os tudo que, lembrando a delicadeza feminina, acentua a diversidade dos sexos.

Combatem, por exemplo, o uso de véus nas Igrejas. Não censuram o uso de calças masculinas para as mulheres, nem o do cigarro.

Tendo embora a Santa Igreja estabelecido uma distinção prudente entre os ramos masculino e feminino da A.C., há espíritos em cujas concepções esta distinção é quase negada na prática, pela interpenetração a bem dizer completa, que desejam para as respectivas atividades, horas de lazer, etc.. Tudo quanto signifique combate direto e de viseira erguida contra as modas indecentes, as más leituras, más companhias, maus espetáculos, passa, muitas vezes, sob o mais profundo silêncio.

Não espanta, pois, que a educação da pureza seja feita freqüentemente, de modo temerário, impregnada de um sentimentalismo mórbido e de idéias paganizantes, cheias de perigosas concessões aos costumes modernos.

Ao que parece, tantas e tão lamentáveis liberdades seriam "privilégios" inerentes à A. C.. Os antigos métodos de mortificação e fuga das ocasiões eram certamente muito aptos para as antigas associações onde realmente se pode ser severo e exigente. A A. C., porém, representaria a libertação de tudo isso.

Estas precauções eram muletas sobre as quais se apoiava a insuficiência estrutural, jurídica, orgânica e vital das antigas associações. .. De tudo isto, poderia e deveria prescindir a A. C.3

A despeito de tudo, entretanto, cumpre acentuar que os fautores de tais erros são muito freqüentemente pessoas de um procedimento pessoal e de uma modéstia de trajes modelar, com o que, longe de servirem a causa dos bons princípios, pelo contrário, ainda facilitam a propagação do mal, dando a tais doutrinas um caráter desinteressado e puramente especulativo.

 

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3 ) "O insensato brincará com o pecado", diz a Escritura (Prov. XIV, 9). Pelo contrário, o "sábio teme e desvia-se do mal" (Prov. XIV, 16). "O homem hábil viu o mal e furtou-se a ele; o imprudente passou adiante e recebeu o dano" (Prov XXII, 3). Que dano? -- "Não olhes para o vinho que começa a parecer louro... mas no fim morde como uma serpente" (Prov. XXIII, 31) e "os teus olhos olharão para as mulheres alheias, e o teu coração dirá palavras desregradas. E tu serás como um homem adormecido no meio do mar e como um piloto sonolento que perdeu o leme" (Prov. XXIII, 33, 34) Que melhor imagem do endurecimento da consciência? E continua a Escritura: "Dirás: 'espancaram-me e não doeu, arrastaram-me e não senti'" (Prov. XXIII, 35). É a surdez obstinada à voz da consciência, que decorre do fato de não se fugir às ocasiões de pecado e de não se seguir o conselho: "Retira-te do iníquo, e os males se retirarão de ti" (Eclesiástico, VII, 1).

A luta interior ativa e diligente contra as paixões é sempre a condição da santificação e até da salvação. Dí-lo o Espírito Santo: "Não te deixes ir atrás das tuas paixões, e refreies os teus apetites. Se condescenderes com tua alma no que ela deseja, ela fará de ti a alegria de teus inimigos" (Eclesiástico, XVIII, 30-31)

 






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