d) – para com os bons
Finalmente, ainda por outro título faltamos com a caridade mantendo dentro
da A. C. ou das associações auxiliares um ambiente de perpétua impunidade
Conservar dentro de uma associação elementos maus é transformá-la, de meio de
santificação, em meio de perdição, expondo a perigos espirituais aqueles que à
sombra da associação se tinham acolhido precisamente para fugir deles. É grave a advertência que, neste sentido, dá o
Espírito Santo: "O que tocar o pez ficará manchado dele, e o que trata com
o soberbo pegar-se-lhe-á a soberba" (Eclesiastico, XIII, 1). O perigo das
más amizades é sempre considerável: "o homem iníquo seduz seu amigo e o
conduz por um caminho que não é bom" (Prov. XVI, 29). E por isto a
Escritura nos adverte: "não acompanhes o insensato, para que não sejas
contaminado com seu pecado" (Eclesiástico, XII, 14-15). Ora é precisamente
essa perigosa companhia de insensatos que se pretenderia, sob pretexto de
caridade, impor a todos os membros da A. C.! Esquece-se assim a observação de
S. Paulo, de que "um pouco de fermento altera a massa" (Ga., 2,
7-12). Não permitamos que, nos mais fecundos canteiros da Igreja, fique alguma
"raiz de amargura, brotando para fora, servindo de embaraço de modo que
por ela sejam muitos contaminados" (Hebr., 12, 14-17). Faltaremos com isto
à caridade.
Aliás, a mais
comezinha prudência deveria conduzir-nos a idêntica conseqüência. Quanta crise
interna, quanta desordem, quanta divisão de espíritos seria possível evitar às
vezes, se um golpe solerte libertasse determinados ambientes de elementos que
deveriam já ter saído espontaneamente, por serem pessoas das quais diz a
Escritura: "o homem apóstata é um homem inútil, que caminha com a boca
perversa" (Prov. VI, 12). São essas as pessoas que "com depravado
coração maquinam o mal, e em todo tempo semeiam distúrbios". (Prov., IV,
14). Aliás, esses distúrbios são muitas vezes ocasionados pelo contato entre
mentalidades diversas, uma ortodoxa, reta, amiga da Verdade e do Bem, e outra heterodoxa,
disfarçadamente acumpliciada com todos os erros, e de antemão disposta a todas
as complacências, recuos e transigências com o mal. Como evitar, neste caso, o
entrechoque? Com efeito, a presença de tais elementos deve molestar os
elementos sadios, aos quais ameaçam corromper: "O temor do Senhor odeia o
mal", e "detesta a arrogância e a soberana, o caminho corrompido e a
língua dupla" (Pov., VIII, 13). “Quando o lobo tiver amizade com o
cordeiro, então a terá o pecador com o justo” (Ecles., XIII, 21). Serão vãos,
nestes casos, todos os incitamentos a concórdia: eles terminarão
inevitavelmente por uma derrota dos representantes da boa mentalidade, se o
sodalício não for liberto da influência dos maus.
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