As penas constituem
uma dura necessidade.
A não se pensar assim,
poder-se-ia entender que a Santa Igreja deveria cancelar todos os capítulos
penais de seu código, e que a Santa Sé, verdadeira "Mater
misericordiae" teria faltado com a caridade, quando fulminou, com as
tremendas penas de excomungado "vitando", vários chefes modernistas.
É certo que, sendo Mãe, procurará sempre a Igreja governar de preferência seus
filhos pela lei do amor, lei esta em que encontra a melhor parte da fecundidade
de seu apostolado.
Com toda razão, disse S. Francisco de Sales que "se apanham mais
moscas com uma colherinha de mel do que com um tonel de vinagre". Seria blasfêmia pensar-se que, com isso, recomendava o
Santo Doutor qualquer espécie de Liberalismo. Com efeito, adverte a Espírito
Santo, que "as moscas que morrem no bálsamo fazem-lhe perder a suavidade
do cheiro. Uma imprudência ainda que pequena e de pouca dura, diminui a
sabedoria e a glória mais brilhante" (Ecl. X, 1). Misericórdia, sim, muita
e sempre. Mas isto sem nos esquecermos que a misericórdia e a justiça nunca
devem andar desacompanhadas.
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