E por isto excluem
o emprego de recursos de importância relevante
Ora, quando a vontade
por esta maneira se aferra ao próprio erro, é muito freqüente verificar-se que
só uma descrição objetiva e apostolicamente franca da fealdade de seus atos
pode chegar a produzir o efeito desejado. Neste sentido, os exemplos são inúmeros
na Sagrada Escritura, e as objurgatórias dos Profetas contra os pecados de
Babilônia, de Ninive e do próprio povo de Deus, longe de procurarem "um
terreno comum" constituem uma terrível separação de campos, em que, à
claridade deslumbrante da verdadeira moral, se contrapõe, em contraste cruel,
toda a abjeção do paganismo ou todo o negrume da ingratidão dos filhos de Deus.
Seria um grave erro
pretender que o Novo Testamento suprimiu estas manifestações cruas da verdade.
Aos que lhe vieram pedir o caminho da virtude, não respondeu São João Batista
procurando criar o famoso “terreno comum”. Pelo contrário, lhes disse: “Raça
de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? O machado já está perto da raiz das árvores. Toda a
árvore, pois, que não dá bom fruto será cortada e lançada no fogo” (S. Math.
III, 7, 10).
A Herodes disse
francamente São João Batista o famoso "non licet tibi", que lhe
custou a vida. Era nociva esta tática? Não. O Evangelho nos diz que, pelo
contrário, grande era seu prestigio junto a Herodes que o defendia contra seus
inimigos: “E Herodias armava-lhe (a João) muitas ciladas e queria fazê-lo
morrer; porém, não podia porque Herodes temia João, sabendo que ele era
varão justo e santo; e defendia-o, e pelo seu conselho fazia muitas coisas, e
ouvia-o de boa vontade" (S. Marcos, 6, 19-20). Evidentemente tanto os
Profetas quanto São João Batista tomaram atitudes inspirados pelo Espírito
Santo e no desejo de obter as maiores vantagens para essas almas transviadas:
logo não podem ter errado.
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