De que Nosso Senhor
se utilizou
Também Nosso Senhor,
se açoitou os vendilhões do Templo, fê-lo no interesse de suas almas, e quando
aos fariseus chamou de raça de víboras e sepulcros caiados, teve a intenção de
causar benefícios a estas almas transviadas. O mesmo se deu com os
escandalosos, dos quais disse, certamente no misericordioso intuito de deter
alguns à beira do pecado, que melhor seria que lhes fosse amarrada uma mó ao
pescoço, e fossem atirados ao fundo do mar. E quando encheu de ameaças as
cidades ingratas de Jerusalém, Corozaim e Betsaida, fê-lo com o intuito de
precaver todos os povos futuros contra o mesmo pecado de ingratidão.
Quanto à Apologética,
basta folhear as grandes páginas dos Padres e Doutores, basta examinar por exemplo
a magnifica sobranceria com que Santo Agostinho põe a ridículo todas as
misérias do paganismo, na "Cidade de Deus", para que se compreenda
como a sabedoria dos melhores apologetas tem julgado indispensável este método,
certamente muito diverso da criação de um "terreno comum", para a
conveniente defesa da Santa Igreja.
Como em geral as
Escrituras, e particularmente o Novo Testamento, costumam ser lidos com
deplorável unilateralidade, citaremos no último capítulo desta obra uma série
de textos que constituem um repúdio do uso sistemático da famosa tática do
"terreno comum".
|