A partir de 1935 aproximadamente, começaram a chegar
ao Brasil as lufadas cheias de vitalidade, dos grandes movimentos que
caracterizavam o surto religioso da Europa do primeiro pós-guerra. Era, antes
de tudo, o movimento litúrgico de que o
grande D. Guéranger lançara já no século passado as bases em Solesmes
(1), abrindo os olhos dos fiéis para o valor sobrenatural, a riqueza doutrinária
e a incomparável beleza da Sagrada Liturgia. Esse movimento de renovação
espiritual alcançava a plenitude de sua irradiação, precisamente no período
1918-1939, ao mesmo tempo que um grande surto apostólico, conduzido pela mão
firme de Pio XI, se generalizava pelo orbe católico. A Ação Católica, que como
organização de apostolado remontava de algum modo aos dias gloriosos de Pio IX,
assumira sob Pio XI a plenitude de seus traços característicos. Era ela a
mobilização de todos os leigos para, formando um só exército de elementos
variegados, levar a cabo uma obra também essencialmente una e multiforme: a
infusão total do espírito de Jesus Cristo na sociedade tão atormentada daqueles
dias. A par deste esforço, e como harmônico complemento dele, se delineava uma
admirável floração de obras de caráter social, inspiradas principalmente nas
Encíclicas “Rerum Novarum” e “Quadragesimo Anno” e visando especificamente a
apresentar e pôr em prática uma solução cristã para a questão social. Era a
ação social.
Como é natural, estes três grandes elementos, que
mutuamente se completavam, por isto mesmo se entrelaçavam. E para eles acorria,
cheia de entusiasmo, a flor da mocidade católica, primeiro na Europa, e depois,
por via de repercussão, também no Brasil.
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