III – NA PRIMEIRA ENCÍCLICA
DE PIO XII
É-nos grato colocar
desde já a primeira encíclica de Pio XI ao lado da primeira recentíssima do
reinante Pontífice, Pio XII, "Summi Pontificatus", a qual dedica à A.
Católica uma página muito animadora e cheia de paternal complacência. Nela
recorre a já clássica definição dos leigos formados na Ação Católica para a
profunda consciência da sua nobre missão. Quais sejam concretamente esses
leigos e qual a sua missão, declara-o o Pontífice numa esplêndida definição
descritiva: "Urna fervorosa falange de homens e de mulheres, de jovens e
donzelas, os quais, obedecendo à voz do Sumo Pontífice e às diretrizes de seus
bispos, se consagram com todo o ardor de suas almas às obras do apostolado,
afim de reconduzir a Cristo as massas populares que dele se afastaram".
O Santo Padre Pio XII
prefere evidentemente a palavra colaboração, que é de mais fácil compreensão e
menos exposta a errôneas amplificações; mas ele admite também e confirma a
profunda interpretação do seu Antecessor quando escreve: "Este trabalho
apostólico, realizado segundo o espírito da Igreja, consagra o leigo quase
ministro de Cristo, no sentido que lhe dá santo Agostinho". E o Pontífice
refere justamente o texto agostiniano, que parece ser uma feliz antecipação e
presságio duma atividade, que hoje tem um nome, uma doutrina e uma realidade
consoladoras.
Pio XI afirmou que não
sem especial inspiração de Deus definira a Ação Católica, como uma participação
ou colaboração dos leigos no apostolado hierárquico da Igreja. Este testemunho
é de tanta autoridade e tão solene, que não admite dúvida alguma. Aliás,
sabemos que o Papa goza, mesmo fora do campo da sua infalibilidade, de uma
assistência especial de Deus no governo da Igreja, ao qual está tão intimamente
vinculada a Ação Católica. De resto, os fatos vieram a confirmar plenamente a
realidade dessa especial inspiração de Deus.
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