IV – FRUTOS
PRECIOSOS DA DEFINIÇÃO
Com efeito, do terreno
sólido e profundo da definição papal surgiu copiosa e escolhida literatura dogmática,
para a qual o próprio Pontífice subministrou os mais perspicazes e geniais
elementos básicos. Na Sagrada Escritura se descobriram belíssimos textos
capazes de iluminar os vários aspectos do movimento de apostolado leigo; sua
necessidade e obrigatoriedade; sua admirável excelência, suas origens traçadas
no Evangelho, nas Epístolas dos Apóstolos e na Tradição cristã; seus objetivos
e suas características; enfim uma florescência de passagens escriturísticas,
que encontram na Ação Católica sua aplicação legitima e, às vezes, tão natural,
que parecem escritas justamente para ela. A Teologia, por sua vez, estudando e
confrontando esse movimento com os vários dogmas, trouxe à luz e fez salientar
harmonias estupendas e insuspeitas.
O conceito de
apostolado hierárquico abriu o caminho ao estudo comparativo da Ação Católica,
enquanto relacionada com a constituição divina e a vida orgânica da Igreja: ao
passo que o conceito de colaboração serviu de guia para relembrar a grande lei
da solidariedade cristã, a qual importa comunhão de interesses e reciprocidade
de ação, para o bem de todos e de cada um em particular.
Daí se passou para a
doutrina do Corpo Místico, ensinada por S. Paulo, e às verdades conexas de
comum incorporação em Cristo, da vida sobrenatural em Cristo, da conseqüente
obrigação de cooperar para o advento do Reino de Cristo. Nos dois sacramentos
do Batismo, que realiza a incorporação e da Confirmação, que expressamente
impõe a colaboração, subministrando juntamente com o título as indispensáveis
energias, se viram não somente as fontes daquele sacerdócio régio, para cuja
participação são chamados todos os leigos, mas também as características do seu
apostolado.
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