Os membros do
"Sillon" devem submeter-se
A esta obra
eminentemente digna de vosso zelo pastoral, Nós desejamos que, longe de a
embaraçar, a juventude do "Sillon", purificada de seus erros, traga,
na ordem e na submissão convenientes, um concurso leal e eficaz.
Voltando-nos, pois,
para os chefes do "Sillon", com a confiança de um pai que fala a seus
filhos, Nós lhes pedimos para o seu bem, para o bem da Igreja e da França, vos
cedam o lugar. Nós medimos, certamente, a extensão do sacrifício que Nós lhes
solicitamos, mas Nós os sabemos assaz generosos para o realizar, e,
antecipadamente, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, de quem somos o indigno
representante, Nós os abençoamos. Quanto aos membros do "Sillon",
queremos que se agrupem por dioceses para trabalhar, sob a direção de seus
bispos respectivos, pela regeneração cristã e católica do povo, ao mesmo tempo
que pela melhoria de sua sorte. Estes grupos diocesanos serão, por ora,
independentes uns dos outros; e, afim de tornar bem claro que romperam com os
erros do passado, tomarão o nome de "Sillons" católicos, e cada um de
seus membros acrescentará a seu titulo de sillonista o mesmo qualificativo de católico.
Não será preciso dizer que todo sillonista católico ficará livre, aliás, de
guardar suas preferência políticas, depuradas de tudo o que não esteja
inteiramente conforme, nesta matéria, com a doutrina da Igreja. E assim,
Veneráveis Irmãos, se houver grupos que se recusem a submeter-se a estas
condições, devereis considerá-los por isso mesmo como se se recusassem a
submeter-se à vossa direção; e, então, dever-se-á examinar se eles se confinam
na política ou na economia pura, ou se perseveram nos antigos erros. No
primeiro caso, está claro que já não vos devereis ocupar mais deles do que do
comum dos fiéis; no segundo, devereis agir em conseqüência, com prudência mas
com firmeza. Os padres deverão manter-se totalmente alheios aos grupos
dissidentes e se contentarão com prestar o socorro do santo ministério
individualmente a seus membros, aplicando-lhes, no tribunal da Penitência, as
regras comuns de moral relativamente à doutrina e à conduta. Quanto aos grupos
católicos, os padres e os seminaristas, sempre favorecendo-os e os secundando,
abster-se-ão de se inscreverem como membros, porque é conveniente que a milícia
sacerdotal fique acima das associações leigas, mesmo as mais úteis e animadas
do melhor espírito.
Tais são as medidas
práticas pelas quais julgamos necessário sancionar esta Carta sobre o
"Sillon" e os sillonistas. Que o Senhor haja por bem, nós o rogamos
do funda da alma, fazer com que estes homens e estes jovens compreendam as
graves razões que a ditaram, e lhes dê a docilidade de coração, com a coragem
de provar, em face da Igreja, a sinceridade de seu fervor católico; e a vós,
Veneráveis Irmãos, que vos inspire para com eles, pois que eles são doravante
vossos, os sentimentos de uma afeição toda paternal.
É com esta esperança,
e para obter estes resultados tão desejáveis, que Nós vos concedemos, de todo
coração, assim como a vosso clero e a vosso povo, a Bênção Apostólica.
Dado em Roma, junto a S. Pedro, em 25 de Agosto de
1910, oitavo ano de Nosso Pontificado.
PIO X, PAPA.10
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