Razão deste livro
Com tudo isto, e
embora esta semeadura de erros não tenha encontrado guarida geral na A. C.,
este instrumento providencial proporcionado por Pio XI à Igreja, já estaria
correndo o risco de ser voltado contra suas próprias finalidades, caso não se
cortasse o passo, de modo desassombrado, a grupos felizmente pequenos, nos
quais o erro encontrou entusiásticos adeptos.
Uma análise
superficial dessa situação pareceria indicar que não é obra de leigos a
iniciativa de refutar, pela primeira vez entre nós, por meio de um livro especialmente
dedicado ao assunto, tais erros. Entretanto, se este é o primeiro livro sobre o
assunto, não é porém a primeira refutação que as doutrinas temerárias sobre A.
C. recebem, e nem, das refutações, será esta a melhor. Pareceu-nos conveniente
que, para honra e defesa da A. C., procedesse de um leigo uma reivindicação
clara e filialmente entusiástica dos direitos do Clero, e, implicitamente do
Episcopado. Assim se demonstrará, com a eloqüência dos fatos, que a A. C. é, e
quer continuar a ser, entusiasticamente dócil à Autoridade, e que as
singularidades doutrinárias, que refutamos, encontrarão unidos a Hierarquia e
os fiéis na mesma repulsa. Nenhum espetáculo pode ser mais conforme às
conveniências do decoro da Igreja e da reputação da Ação Católica.
Como se vê, este livro
não foi escrito para ser um tratado sobre a A. C., destinado a dar uma idéia
geral e metódica sobre o assunto. É ele, antes, uma obra feita para dizer o que
a Ação Católica não é, o que ela não deve ser, o que ela não deve fazer. Assumimos
voluntariamente esta penosa tarefa, já que os mais ingratos encargos são os
que, com maior amor, devemos abraçar na Santa Igreja de Deus.
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