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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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Conclusão
É certo que Pio XI fez um apelo, particularmente, grave à vista dos prementíssimos riscos em que se encontra a Igreja, e deu a tal apelo uma extensão generalizadíssima, abrangendo nele, de certa forma, todos os fiéis. Entretanto, também em outras épocas, como já dissemos, foram convocados todos os fiéis para o apostolado. Di-lo o próprio Pio XI na citada alocução aos Bispos e fiéis da Iugoslávia, quando lembra que em Roma, "Pedro e Paulo pediam a todas as almas de boa vontade esta cooperação às suas. fadigas". Quanto à gravidade dos riscos, se é certo que jamais foi tão grande quanto em nossos dias, no sentido de que jamais estivemos ameaçados de uma tão profunda e geral apostasia, não é menos certo que tais riscos foram em outras épocas tão iminentes quanto agora. E, por isto, o alcance jurídico dos apelos então feitos pelos Papas não podia ser menor do que hoje, Citemos alguns textos pontifícios conclamando os fiéis ao apostolado, e mandando até, que o façam: Pio IX disse que "os fiéis devem tirar os infiéis das trevas e trazê-los para a Igreja" (Carta "Quanto Conficiamus", 10 de agosto de 1863). E o Concílio Vaticano dá este soleníssimo mandato a todos os fiéis: "Desempenhando o dever do nosso supremo cargo pastoral, conjuramos, pelas entranhas de Jesus Cristo, todos os fiéis de Cristo, e lhes ordenamos pela autoridade deste mesmo Deus, nosso Salvador, que empreguem todo seu zelo e cuidados em afastar da Santa Igreja estes erros, e propagar a luz da mais pura Fé (Constit. "Dei Filius"). E a isto Leão XIII acrescenta: "Queremos também que exciteis a todos em geral, mas sobretudo àqueles que por sua ciência, fortuna, dignidade, poder, se destacam dentre os demais, e que em toda a sua vida pública ou privada tenham a peito a honra da Religião, a que sob vossa direção e auspícios atuem com maior ímpeto para favorecer os interesses católicos" (Carta aos Bispos da Hungria, "Quod Multum", de 22 de agosto de 1886). E na encíclica "Sapientiae Christianae", de 10 de janeiro de 1890 o Santo Padre acrescenta: "É missão da Igreja arrancar do erro as almas. Mas quando as circunstâncias o tornam necessário, não é só aos Prelados, mas, como diz Santo Tomás, a todos, que incumbe manifestar publicamente sua fé, seja para instruir e estimular os fiéis, seja para repelir os ataques dos adversários". E, na mesma Encíclica, o Santo Padre relembra o texto do Concilio do Vaticano, que acima transcrevemos, e acrescenta: "Que cada qual se lembre que pode e deve, pois, difundir a fé católica". E na carta- "Testem Benevolentiae" sobre o Americanismo, o Santo Padre afirma que "a palavra de Deus nos ensina que cada qual tem o dever de trabalhar para a salvação do próximo, segundo a ordem e grau em que está colocado. Os fiéis se desempenham com fruto deste ofício que Lhes foi dado por Deus, pela integridade de seus costumes, pelas obras de caridade cristã, por uma oração ardente e assídua". E, na encíclica "Graves de Communi", de 18 de janeiro de 1901 o Santo Padre acrescenta, depois de recomendar uma direção central para todos os esforços dos católicos: "isto se deve dar nas nações onde se encontra alguma assembléia principal do gênero do Instituto dos Congressos e Assembléias Católicas, a quem tenha sido dado legitimamente o mandato de organizar a ação comum". Finalmente, ainda na Encíclica "Etsi Nos", de 15 de fevereiro de 1882, encontramos esta enérgica reflexão: "Se a Igreja engendrou e educou filhos, não foi para que nas horas difíceis ela não pudesse esperar deles socorro, mas para que cada qual preferisse a seu repouso ou a interesses egoísticos a salvação das almas e a integridade da doutrina cristã". Para concluir estas considerações, empreguemos uma analogia. Normalmente, têm todos os cidadãos deveres para com a Pátria, entre os quais o de a defender, se atacada. Este dever, anterior à promulgação de qualquer lei do Estado, resulta da moral. Se, porém, o Estado chama os cidadãos às armas, lembrando-lhes o dever de defender a Pátria, sua obrigação se torna mais grave. Nem por isto, se pode pretender que a convocação implica em uma promoção maciça ao oficialato. Pelo contrário, mais do que nunca, é esta a hora das grandes renúncias e da disciplina incondicional. Lançando uma convocação geral, Pio XI não fez promoções nem prometeu propinas. Pelo contrário, a gravidade do perigo, que ele denunciou, aconselha imperiosamente a disciplina e a renúncia, ao mesmo tempo que condena severamente as pretensões de mando e os pruridos de desordem.
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