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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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Ressalvas importantes
a)- quanto às intenções com que muitas pessoas defendem estes erros.
Desobrigamo-nos de um grave dever de justiça ao afirmar que, se muitas vezes é o velho espírito de revolta que desponta através das afirmações mprudentes sobre a A. C., não é raro notar-se que, em certos espíritos, é um generoso desejo de santificação e de conquista, que as dita. Por muito tempo, a infiltração dos princípios liberais, em certos círculos do laicato católico, produziu devastações tão profundas, que todas as almas zelosas conservaram um explicável horror a essa época. A defesa e expansão dos princípios católicos era tida como tarefa exclusiva do Clero, julgando muitos leigos que agiam de modo admiravelmente correto limitando-se a dar um cumprimento estritamente literal às obrigações mais essenciais impostas pelas Leis de Deus e da Igreja. Daí, o se ressentirem, muitas vezes, as associações religiosas de uma atonia crônica, que as imergia na mais lamentável rotina; e todo este quadro oferecia um desconcertante contraste com a audácia conquistadora dos filhos das trevas, sob cujos esforços empreendedores cada vez mais vergavam, se diluíam, se amalgamavam com mil erros as tradições cristãs, cedendo o passo a uma ordem de coisas inteiramente pagã. Foi, pois, muito explicável a total desprevenção de espírito, com que certas almas, zelosas da glória de Deus, acolheram a perspectiva de uma participação dos leigos nos cargos ou funções hierárquicas, reforma estrutural que parecia destinada a fazer ruir por terra toda a herança do laxismo religioso, interessando diretamente os leigos na obra da Hierarquia, e comunicando, com isto, louvável incremento ao apostolado leigo. O grande erro de nossa época consistiu precisamente em atribuir demais eficácia às reformas estruturais e jurídicas, supondo que elas poderiam operar, por si sós, o reerguimento de uma civilização que desaba. Na esfera politica, pretendeu-se corrigir o liberalismo por meio da ditadura. Na esfera econômica, pretendeu-se corrigi-lo pelo corporativismo de Estado. Na esfera social, pretendeu-se coibi-lo com regulamentos policiais. E a despeito disto, ninguém ousará pretender que as condições contemporâneas sejam mais prósperas, mais tranqüilas e mais felizes, do que as da era vitoriana, em que o liberalismo atingiu seu apogeu. Pretendendo corrigir o mal, a ineficácia radical dos remédios conduziu-nos a males ainda maiores. Precisava-se de uma reforma de mentalidades; e a reforma das leis, mostrando-se vã, tornou ainda mais patente a ação perigosíssima dos remédios errados, sobre doentes ameaçados de morte. O liberalismo era um mal: o totalitarismo é uma catástrofe. O remédio dos males que, com mais generosidade do que clarividência, muitos elementos procuram combater por meio da doutrina do mandato, é muito mais fácil de se encontrar em uma instrução religiosa metódica e segura, uma formação espiritual generosa e sedenta de sacrifício. Para dizer tudo em uma palavra, não é em reformas estruturais que devemos depositar nossas mais ardentes esperanças de santificação e de conquista. Se em cada diocese ou em cada paróquia houvesse um grupo, pequeno embora, de leigos capazes de compreender e de viver o livro de D. Chautard, "A alma de todo apostolado", seria outra a face da terra.
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