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Plinio Corrêa de Oliveira
Em defesa da Ação Católica

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  • SEGUNDA PARTE   A A. C. e a vida interior
    • CAPÍTULO I   Graça, Livre Arbítrio e Liturgia
      • Liturgia e vida interior
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Liturgia e vida interior

 

Se alguns desvarios doutrinários referentes à questão do mandato se poderiam explicar pela exegese forçada e até forçadíssima de certas declarações pontifícias, pela leitura e interpretação por vezes audaciosas de certos autores europeus, não sabemos de que forma explicar a origem de certas doutrinas que sobre Liturgia, de boca em boca, circulam infelizmente em alguns meios da A. C.. O certo é que os apóstolos destas doutrinas alegam como base exclusiva de sua posição um só texto pontifício, isto é, uma declaração meramente verbal que o Santo Padre Pio X teria feito à interlocutores aliás dignos de todo o respeito. Essa declaração não constitui fundamento lógico para erro algum. Aliás, é sumamente incorreto fazer uso dela.

Com efeito, o próprio Pio X estigmatizou este processo de argumentação. Disse ele: – Em todo tempo, nas discussões sobre A. C., deve-se evitar de firmar o triunfo de opinião pessoal, citando palavras do Soberano Pontífice, que se pretende hajam sido ditas ou ouvidas em audiências privadas. Deve-se, "a fortiori", evitar de o fazer em congressos públicos, pois que, além do pouco respeito que assim se demonstra ao Soberano Pontífice, corre-se com isto um sério perigo de mal-entendidos, segundo as opiniões pessoais de cada um. O caminho certo para saber o que quer o Papa consiste em cingir-se aos atos e documentos emanados da autoridade competente". (Pio X, Carta aos Bispos da Itália, de 28 de Julho de 1904).

Seja como for, afirma-se, sustenta-se, propaga-se a boca pequena que a prática da vida litúrgica, uma certa graça de estado própria à A. C., bem como a ação empolgante da grandeza dos ideais da A. C. fazem calar, no íntimo dos membros desta, a sedução natural para o mal e as tentações diabólicas.

Isto implica em uma ascese inteiramente nova.

Sem negar que o fervor pela Liturgia da Igreja constitua uma das mais belas manifestações de uma piedade verdadeiramente esclarecida, e precisamente porque consideramos a Sagrada Liturgia, como a própria Igreja, da qual ela é a voz, “uma dama sem mácula nem ruga”, não podemos admitir que, de um espírito litúrgico bem formado, possam decorrer as conseqüências desastrosas que abaixo mencionaremos.

Pretende-se, em última análise, que a participação nas funções da Sagrada Liturgia proporciona ao fiel a infusão de uma graça tão especial que, desde que ele se porte de modo meramente passivo, santificar-se-á, porque calarão no seu interior os efeitos do pecado original e as tentações diabólicas.

Assim, a Sagrada Liturgia exerceria sobre os fiéis uma ação mecânica ou mágica, de uma fecundidade toda automática, que tornaria supérfluo todo o esforço de colaboração do homem com a graça de Deus.

 




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