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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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As três fases de uma reação
Essa reação teve três etapas. Ela fracassou na primeira, e novamente fracassou na segunda. Porém alcançou pleno êxito na terceira. A primeira etapa foi a das ameaças. Lembro-me ainda que, de volta de uma viagem a Minas, meu então jovem amigo José de Azeredo Santos – que seria depois tão conhecido como polemista de indomável coerência – nos informou bem humorado e divertido: “Estive com Frei BC, que me disse estar constituída uma comissão de teólogos para refutar o livro do Plinio. Ele se arrependerá – diz Frei BC – de o ter publicado”. Descansávamos tranqülos, os que sustentávamos os princípios de “Em Defesa da Ação Católica”, pois sabíamos a obra analisada e esquadrinhada previamente por dois teólogos já célebres no Brasil, Mons. Mayer e Pe. Sigaud. Resolvemos esperar a refutação. Até maio de 1963 ela não veio. Também penso, escrevendo estas linhas, em um cartão de uma muito ilustre e respeitável personalidade. Diz o missivista que agradecia ao Dr. Plinio Corrêa de Oliveira o oferecimento do livro, e que em breve denunciaria de público os erros nele contidos. Vinte anos são passados… e nada se publicou. Assim, quanta coisa haveria que contar! Fracassadas as ameaças de refutação, veio a fase do zunzum. O livro continha erros. Até numerosos erros. Não se dizia quais eram. Mas que os havia, havia. Já não se falava de refutação. Era somente a reafirmação insistente da mesma acusação imprecisa: há erros, há erros, há erros, martelou-se por todo o Brasil. A esta forma de ataque não faltava certa eloqüência: Napoleão dizia que a melhor figura de retórica é a repetição. Sem embargo disto, “Em Defesa da Ação Católica” continuava a se escoar rapidamente nas livrarias. Por fim, o livro se esgotou. Ao longo deste tempo, realizara ele sua difícil missão, sobre a qual falarei adiante. Uma reedição não parecia, pois, oportuna. O zunzum também foi esmorecendo. Dir-se-ia que pela própria ordem natural das coisas o silêncio ia baixando sobre todo o “caso”. Era a terceira etapa que começava, plácida, envolvente, dominadora. Mas em 1949, o silêncio se interrompeu inopinadamente. Do alto do Vaticano, uma voz se fez ouvir, que haveria de dissipar todas as dúvidas, e colocar numa situação de invulnerabilidade o livro, quer em relação à sua doutrina, quer à sua oportunidade. Foi a carta de louvor de Mons. Montini, então Substituto da Secretaria de Estado, escrita ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em nome do inesquecível Pio XII. Manda a verdade que se diga haver continuado, apesar disto, o silêncio acerca do livro. Que eu saiba, é a única obra brasileira inteiramente e especificamente escrita sobre AC, que haja sido objeto de uma carta de louvor da parte do Vigário de Cristo. Entretanto, não me consta que costume ele ser citado por trabalhos e nas bibliografias que de quando em vez aparecem entre nós sobre Ação Católica. E o silêncio continuou assim. Silêncio que só para evitar as prescrições com que a História pune as inércias excessivas, hoje só por alguns instantes se interrompe nas páginas de “Catolicismo”. Mas que depois disto continuará.
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