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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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Nem prejudicam o ambiente na A. C. Mas, dir-se-á, o temor das penas enche de sombras qualquer ambiente, e nossas afirmações são feitas para criar uma atmosfera de apreensão e de temor, de melancolia e de espectativa ansiosa, que destoam singularmente do entusiasmo da jovialidade, do espírito confiante e empreendedor que deve reinar na A. C.. Estamos em desacordo com esta opinião. O temor santo é o pórtico por que se passa para chegar à Sabedoria (Prov., I, 17). Eis o prêmio magnifico que está prometido aos que transpuserem este pórtico severo:
"Se a Sabedoria entrar no teu coração e a ciência agradar a tua alma, a reflexão te guardará e a prudência te conservará, afim de seres livre do caminho mau e do homem que fala coisas perversas; dos que abandonam o caminho reto e andam por caminhos tenebrosos; que se alegram por terem feito o mal, e fazem gala de sua maldade; cujos caminhos são corrompidos e cujos passos são infames. (Prov., II, 10-15).
Toda a razão tem, pois, o Eclesiástico ao dizer que "o temor do Senhor é glória e honra e alegria, e urna coroa de regozijo. O temor do Senhor deleitará o coração, e dará alegria e gozo e larga vida" (I, 11-12). "O temor do Senhor é a piedade da ciência. Esta piedade guarda e justifica o coração, dá-lhe gozo e alegria. Quem teme o Senhor será ditoso, e, no dia de sua morte, será abençoado". (I, 17-20). "O temor do Senhor é a plenitude da Sabedoria; ele dá a plenitude da paz e frutos de salvação" (I, 22). "Como é grande aquele que encontra a Sabedoria e a ciência! Porém nenhum destes ultrapassará aquele que teme o Senhor. O temor de Deus eleva-se sobre tudo. Bem-aventurado o homem que recebeu o dom do temor de Deus, com quem se comparará aquele que o possui? O temor de Deus é o princípio de seu amor, mas inseparavelmente se Lhe deve juntar um princípio de fé" (Eclesiástico, XXV, 13-16). "O temor do Senhor é como um paraíso bendito, e acha-se revestido de uma glória superior a toda a glória" (Ibid., XL, 28). Compreende-se, pois, perfeitamente, que S. Paulo tenha escrito: "trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência" (Fil., 2,12). E que, na Epistola aos Hebreus (10,31), tenha dito que "é coisa horrenda cair nas mãos de Deus vivo", acentuando assim o temor santo que constantemente nos deve animar. O Apóstolo insistiu mais de uma vez nesse pensamento: "Portanto, recebendo nós um reino imutável, temos a graça pela qual, agradando a Deus, o sirvamos com temor e reverência. Porque o nosso Deus é um fogo devorador" (Hebr., 12, 28-29). Escrevendo aos Romanos (1, 9, 21-22), desenvolve ele o mesmo pensamento, referindo-se a um tempo ao amor e à severidade de Deus: “se Deus não perdoou aos ramos naturais, teme que ele te não perdoe também a ti. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus; a severidade para com aqueles que caíram; e a bondade de Deus para contigo, se permaneceres no bem; doutra maneira também tu serás cortado”. No Apocalipse também encontramos a repetição do que o Espírito Santo dissera no Antigo Testamento: Quem te não temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome?" (Apoc., XV, 4). É visível a complacência com que S. Paulo elogia os Corintios pelo seu "zelo em punir" as injúrias feitas à Igreja (2, 7, 8-11) porque reconhecia as evidentes vantagens desta disposição para a igreja de Corinto. Também na 2ª Epístola aos Corintios, (13, 1-3), demonstrou S. Paulo quanto lhe parecia necessário agir com rigor: “Eis que vou ter convosco pela terceira vez. Sobre a declaração de duas ou três testemunhas tudo será decidido. Assim como já o disse, achando-me presente, assim o digo, estando ausente, que se eu for outra vez, não perdoarei aos que antes pecaram, nem a todos os outros. Porventura quereis pôr a prova Cristo, que fala por mim, o qual não é fraco a vosso respeito, mas sim poderoso em vós?" Do Príncipe, disse S. Paulo: "é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, porque não é debalde que ele traz a espada. Porquanto ele é ministro de Deus vingador, para punir aquele que faz o mal" (Rom., 13, 4). Ora, o que se diz do Poder Temporal com toda a propriedade de expressão se pode entender neste caso ao Poder Espiritual, e ainda mesmo de seus mais ínfimos representantes ou agentes, como os Presidentes de sodalícios religiosos. E como S. Paulo desempenhou ardentemente essa função vingadora do Poder Espiritual! Ouçamo-lo dirigindo-se aos Corintios: "Alguns andam inchados, como se eu não estivesse para ir ter convosco. Mas brevemente irei ter convosco, se o Senhor quiser; e examinarei não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude. Que quereis? Que eu vá ter convosco com vara, ou com amor e espírito de mansidão?" (1, Cor., 4, 18-21). E ainda: "Ouve-se constantemente falar que há entre vós fornicação, e tal fornicação, qual nem ainda entre os gentios, tanto que chega a haver quem abusa da mulher do próprio pai e andais ainda inchados, e não tivestes antes pesar, para que fosse tirado dentre vós quem fez tal maldade. Quanto a mim, embora ausente de corpo, mas presente com o espírito, já julguei como presente àquele que assim procedeu. Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, congregados vós e o meu espírito, com o poder de Nosso Senhor Jesus, seja o tal entregue a Satanás, para a morte da carne afim de que sua alma seja salva no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Gloriai-vos sem razão. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?" (I, Cor., 5, 1-6). "Por carta vos escrevi que não tivésseis comunicação com os fornicadores; não certamente com os fornicadores deste mundo, ou com os avarentos, ou ladrões, ou com os idolatras; doutra sorte, deveríeis sair deste mundo. Mas vos escrevi que não tenhais comunicação com aquele que, dizendo-se vosso irmão, é fornicador, ou avarento, ou idolatra, ou maldizente, ou dado à embriaguez, ou ladrão; com este tal nem comer deveis. Porque, que me importa a mim julgar aqueles que estão fora? Porventura não julgais vós aqueles que estão dentro? Porque aqueles que estão fora, Deus os julgará. Tirai do meio de vós o mau" (I, Cor., 5, 9-13). Os textos de S. Paulo se poderiam citar em número ainda maior. Retenhamos apenas mais alguns: "Quanto ao mais, irmãos, orai por nós, para que a palavra de Deus se propague, e seja glorificada, como é entre vós, e para que sejamos livres de homens importunos e maus; porque a fé não é de todos" (II, Thessalonic., 3, 1-2). E na mesma Epístola (3, 6) o Apóstolo acrescenta: "Nós vos ordenamos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que viver desordenadamente, e não segundo a doutrina que receberam de nós". E ainda mais adiante (13-15): "Irmãos, não vos canseis nunca de fazer o bem. Se algum não obedece ao que ordenamos pela nossa carta, notai-o, e não tenhais comércio com ele, afim de que se envergonhe; não o considereis todavia como um inimigo, mas adverti-o como irmão".
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