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Plinio Corrêa de Oliveira
Em defesa da Ação Católica

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  • TERCEIRA PARTE   Problemas internos da A. C.
    • CAPÍTULO II   Admissão de novos membros
      • Meio termo impossível
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Meio termo impossível

 

Mas, não poderia a A. C. ser ao mesmo tempo um movimento de massa e de elite, no sentido de conter em seu grêmio, indistintamente, valores espirituais de primeira categoria e uma grande multidão de outros, medíocres ou tíbios?

Consideramos tão infundada a opinião dos que entendem que a A. C. deve ser franqueada até aos elementos que vivem habitualmente em estado declarado de pecado mortal, que é supérfluo discutí-la.

Sustentamos, porém, ainda, que da A. C. não devem fazer parte todos os católicos, que cumpram as mais elementares exigências da lei de Deus e da Igreja, mas somente aqueles que, por sua assídua freqüentação dos Sacramentos, vida modelar e atitudes edificantes, realmente constituem um escol.

Assuntos como estes não devem ser resolvidos de modo puramente teórico, mas com os olhos postos na realidade concreta. E a primeira lição que esta realidade nos oferece consiste em que ninguém, ou quase ninguém, em nossos dias, consegue manter-se na prática, ainda mesmo mínima, dos mandamentos da Lei de Deus, se não se aproximar assiduamente dos Santos Sacramentos. Esta verdade vale para quase todas as idades e condições. Tome-se um jovem, um estudante por exemplo, meça-se a violência da luta que ele deve desenvolver para vencer o tumulto das paixões, as mil e uma solicitações para o mal que a todo o momento lhe vêm dos fatores de corrupção modernos, e pergunte-se se, sem uma vida eucarística real, ele pode vencer o combate. O chefe de família, que tão freqüentemente deve optar entre transações desonestas ou a miséria para o lar, a mãe de família que tantas vezes cumpre com o risco da vida o dever da maternidade, podem dizer melhor do que ninguém se, com uma simples comunhão anual, cumpririam seus deveres.

Assim, é simplesmente temerário afirmar que a mera prática anual dos deveres impostos pela Igreja é critério para diferenciar o católico, que pode ser apóstolo por estar na posse habitual do estado de graça, do que não o é.

Conclui-se daí que, tomando a A. C. por critério de seleção a simples prática da Comunhão e confissão anuais, não poderá preservar-se de ser transformada em uma dessas multidões inexpressivas que, por vezes, são muito mais difíceis de fazer fermentar, do que se possa imaginar.

A isto acresce que, como já dissemos em capítulo anterior, um dos mais importantes deveres que tocam a A. C. é, sem dúvida, o de proporcionar aos seus membros, e, muito particularmente, aos jovens, uma sede social para as horas de lazer. Se a A. C. não quiser fracassar, deverá lançar mão necessariamente deste meio de ação, do qual, com o nome de "Dopolavoro" e "Kraft durch Freude" tanto proveito tiraram o Fascismo e o Nazismo. É esta a grande alavanca de que se serve a mística totalitária. Ora, imagine-se que ambiente de tintas diluídas, que ambiente perigoso por vezes, seria a sede da A. C,. em uma paróquia em que todos os católicos de Comunhão e Confissão anuais fossem admitidos em seus quadros. Consciências laxas, eivadas de naturalismo e da infiltração de tantos erros do século, espíritos minimalistas e acomodatícios, tais elementos só serviriam para constituir um ambiente irrespirável, que tornaria nociva ou estéril qualquer iniciativa para o soerguimento das almas.

Como conseqüência, é bem patente que só podem fazer parte da A. C. elementos de escol, assim considerados segundo o melhor critério, que é sempre a vida modelar, ligada à prática assídua – e quanto mais assídua melhor – dos Sacramentos.

 




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