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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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Uma solução simplista
Também não nos parece que estejam com a verdade os espíritos que, levados por um louvável desejo de conciliação, procuram delimitar os campos entre a A. C. e as associações auxiliares, atribuindo àquela o monopólio do apostolado, e a estas a única tarefa da formação interior e cultivo da piedade. São inúmeros os textos pontifícios que facultam expressamente à A. C. o direito, e, mais ainda, lhe impõem o dever de formar os seus membros. Ora, este dever implica na de formar e estimular a piedade, sem o que nenhuma formação pode ser considerada completa. Por outro lado, não é verdade que os estatutos das associações religiosas lhes atribuem, por objetivo, exclusivamente a piedade. Pelo contrário, a grande maioria deles encaminha, incita e algumas chegam até a impor o apostolado a seus membros; e muitas associações mantêm suas próprias obras de apostolado, aliás em geral florescentes. Em sua carta, acima citada, ao Em. Cardeal Leme, o Santo Padre Pio XII tem expressões que tiram à semelhante opinião, não só seu fundamento, mas ainda toda e qualquer espécie de aparência de verdade, pois o Santo Padre afirma taxativamente que deseja ver as Congregações Marianas entregues ao apostolado exterior e social, e não apenas ao campo da piedade e da formação. Diz o Santo Padre que apreciou muito o ramalhete espiritual dos congregados, mas que por maior que tivesse sido esse júbilo, "maior ainda foi a sua satisfação ao saber que as valorosas Falanges Marianas são cooperadoras eficazes na propagação do Reino de Jesus Cristo e que exercem fecundo apostolado, por meio de múltiplas obras de zelo". Assim, pois, as obras de apostolado exterior a que presentemente as Congregações Marianas se entregam não são consideradas pelo Santo Padre um terreno em que elas sejam intrusas, em que se possam quando muito tolerar em falta de melhor: o Vigário de Cristo sobre a terra se rejubila com o fato, e implicitamente afirma que elas têm a isto pleno, amplo e total direito. Comprova-o o período seguinte: "isto vem confirmar-Nos ainda mais uma vez, que estas Falanges Marianas ocupam, segundo suas gloriosas tradições, sob as ordens da Hierarquia, um conspícuo lugar no trabalho e na luta pela Maior Glória de Deus e bem das almas. Em outros termos, fazendo tudo quanto fazem presentemente, estão apenas na situação “conspícua” que a tradição lhes indicou, e essa situação "conspícua" nenhuma alteração sofreu com fatos supervenientes como, por exemplo, a constituição da Ação Católica. Houve quem sustentasse que as Congregações Marianas têm uma estrutura jurídica que as torna radical e visceralmente incapazes de apostolado em nossos dias. Supérfluo acentuar até que ponto a Carta Apostólica desautoriza esta gratuita e infundada afirmação. Outros têm pretendido que as Congregações ocupam no Brasil um lugar por demais grande, roubam à A. C. o lugar que lhe é devido. De nenhum modo, se dá tal coisa, já que o Pontífice se rejubila com a magnitude desse papel e acrescenta a expressão de seu grande contentamento pelo fato que elas "ocupam um lugar conspícuo", segundo está informado, no trabalho e na luta para a Maior Glória de Deus e bem das almas, e que são, como força espiritual, de grande importância para a causa católica no Brasil. Que informação teve o Sumo Pontífice para chegar a tal afirmação? Foram as mais autorizadas e imparciais, e é Ele mesmo que no-lo diz: “com tanto entusiasmo publicamente o tens manifestado em repetidas ocasiões, dileto Filho Nosso bem como também o têm feito outros Veneráveis Irmãos no Episcopado”. Em outros termos, é toda a Hierarquia Católica que o afirma, que o aplaude, que o sanciona. Quem quererá discrepar? Mais adiante, o Santo Padre insiste: “uma sólida formação espiritual e uma intensa e fecunda atividade apostólica são elementos ambos essenciais a toda Congregação Mariana”. Como pretender, então, que as próprias Regras das Congregações confinam esses sodalícios no mero terreno da piedade? Mas, dir-se-á, o Santo Padre, apreciando a situação atual gostaria talvez que as Congregações Marianas não aumentassem seu raio de ação. Não é verdadeira essa conjetura, e menos verdade ainda é que o Santo Padre deseja que as Congregações morram a fogo lento.
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