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Plinio Corrêa de Oliveira
Em defesa da Ação Católica

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  • TERCEIRA PARTE   Problemas internos da A. C.
    • CAPÍTULO III   As Associações Auxiliares - O "Apostolado de conquista"
      • A ordem na caridade manda que
        • b) -- reintegremos, em segundo lugar, na vida da graça, os pecadores.
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b) -- reintegremos, em segundo lugar, na vida da graça, os pecadores.

 

Os argumentos precedentes servem também para provar que mais importante é reintegrar na plenitude da lei da graça os católicos que abandonaram a prática da Religião, do que converter os infiéis. Queremos, entretanto, aduzir a respeito deste último ponto mais um argumento. O Santo Batismo recebido pelo fiel faz dele um filho de Deus, um membro do Corpo Místico de Cristo, um templo vivo do Espírito Santo. As graças de que Deus o cumula, em seguida, em sua idade de inocência, o convívio eucarístico com Nosso Senhor, tudo concorre para que um católico tenha um título inestimável de predileção divina. É assim que, de um modo geral6, Deus ama imensamente mais as almas que constituem sua Igreja, do que os povos heréticos e infiéis. Por isto, o justo que "declina dos mandamentos de Deus" Lhe causa uma dor imensamente maior do que a perseverança de um infiel em sua infidelidade. O pecador continua filho de Deus, mas filho pródigo, cuja ausência enche a casa paterna de luto indizível. Arbusto partido, porém, não quebrado, lâmpada bruxuleante que ainda fumega, é ele o objeto predileto da solicitude de Deus. E por isto mesmo o Redentor, “que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva”, multiplica suas instâncias afim de o reconduzir ao redil. Filho de Deus, e por isso mesmo um predileto ingrato, é o católico pecador um irmão nosso, ao qual nos ligam deveres de amor e assistência incomparavelmente maiores do que aos homens não católicos. É este um ponto absolutamente indiscutível de Teologia. Por esta razão, somos obrigados a consagrar nosso tempo, de preferência do que à conversão do infiel, à conversão do católico pecador. Com toda a propriedade se aplica aí a palavra terrível da Escritura, saída dos dulcíssimos lábios do Salvador: "não se atira aos cães o pão destinado aos filhos".

Não foi outro o pensamento expresso pelo Santo Padre Pio XI, em sua mensagem de 12 de fevereiro de 1931, publicada pelo Osservatore Romano: "Manda o Apóstolo que, dirigindo-nos aos homens, a todos façamos o bem, mas especialmente aos que possuem a mesma Fé. Convém, pois, que nos dirijamos primeiramente a todos os que, membros vivos da Família e do Rebanho do Senhor, a Igreja Católica, Nos chamam com o doce nome de Pai, aos Pastores e aos fiéis, às ovelhas e aos cordeiros, e a todos aqueles que o Pastor e Rei Supremo Jesus Cristo Nos encarregou de apascentar e guiar".

E o mesmo diz S. Tomás: Sum. Theolog., IIa., IIae., Q. 26, art. 5: – "Mais devemos amar segundo a caridade o que oferece um motivo mais forte de assim ser amado. Ora, o motivo de amor, que devemos ter pelo próximo, é que ele nos está associado na participação plena e direta da beatitude".

Ibid. art. 6, ad 2.: – "Todos os nossos semelhantes se relacionam igualmente a Deus; mas há alguns que estão mais próximos de Deus, porque são melhores, e, por isto, mais devem ser amados por nós segundo a caridade, do que outros, que estão menos próximos de Deus".

S. Paulo recomenda expressamente: “enquanto temos tempo façamos bem a todos, mas principalmente aos irmãos na Fé” (Gal. 6, 10). E, escrevendo a Timóteo (I, 6, 1-2), recomenda que, se os servos tiverem amos católicos, os sirvam melhor que aos não católicos, "porque são fiéis e amados (de Deus) e participantes do beneficio (da Redenção)". E Nosso Senhor proclamou o mesmo princípio quando disse: "Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe" (Marc. III, 35).

 




6 De modo geral, dizemos, porque há pessoas retas que pertencem à alma da Igreja, porém não ao corpo desta. Tais almas podem ser preferidas por Deus a algum pecador empedernido, que pertence ao corpo e não à alma da Igreja. Note-se entretanto, que as pessoas pertencentes à alma e não ao corpo da Igreja são raras na multidão dos herejes e pagãos. Constituem exceção. Por outro lado, entre estas pessoas retas, poucas são as que podemos conhecer como tais, porque as virtudes não estão inscritas de modo visível senão em poucas frontes privilegiadas. Portanto, raríssimos são os casos que na prática podem abrir exceção à regra geral que no apostolado devemos observar: preferir a conversão do pecador em estado de pecado mortal, à do pagão ou hereje.

 






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