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Plinio Corrêa de Oliveira Em defesa da Ação Católica IntraText CT - Texto |
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A Cruz de Cristo não afugenta os neófitos da A. C.
Outra grande preocupação consiste em ocultar tudo quanto possa dar ao não católico ou indiferente a idéia de que a Igreja é uma escola de sofrimentos e sacrifícios. As verdades austeras são rigorosamente proscritas. Não se fala de mortificação, nem de penitência, nem de expiação. Só se fala nos deleites da vida espiritual. Por isto, reputam pouco hábil, para não dizer inteiramente inábil, tentar obter a simpatia dos incréus narrando-lhes, por exemplo, a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O que desejam é que se fale única e exclusivamente do Cristo-Rei, do Cristo Glorioso e Triunfante. As humilhações do Horto e do Gólgota afugentariam as almas. Só as delicias do Tabor, poderiam efetivamente atrair. Certo Sacerdote narrou-nos, uma vez, que na Sacristia de uma velha Irmandade ainda semi-maçonizada encontrou afixado o seguinte cartaz: "É proibido falar do Inferno". A mesma proibição vigora nesses círculos7. É por isto também, que tendem a considerar a Semana Santa muito mais como uma comemoração gaudiosa que faz prenunciar os triunfos da Páscoa, do que um conjunto de cerimônias destinadas a fazer compungir os fiéis, na compaixão com o Redentor, e na lamentação dos próprios pecados.
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7 É importantíssimo notar que o Sagrado Concílio Tridentino ensina (c. 818) que: "Se alguém disser que o medo da gehena, pelo qual choramos os pecados e nos refugiamos na misericórida de Deus e ao mesmo tempo nos abstemos do pecado, constitue um pecado, ou torna peiores os pecadores: anathema sit". Este texto não tem uma aplicação imediata em nosso caso, mas o modo pelo qual o mesmo Concílio define a verdade oposta a tal erro constitue um desmentido indireto à afirmação de que não se deve pregar sobre o inferno e as punições que esperam o pecador depois da morte. Diz o Concílio: "...pecatores... a divinae justitiae timore... utiliter concutiuntur" (C. 798). Assim, ninguém pode negar que seja "útil comover os pecadores por meio do temor da justiça divina". Isto posto, como proibir ou de qualquer maneira se desaconselhar que tal se faça nos meios católicos, desde que, evidentemente, não se passe de um extremo para outro, isto é, de uma exclusiva contemplação da bondade de Deus, para uma exclusiva apreensão de sua severidade? Não contestamos, é evidente, que a meditação das penas eternas seja desigualmente útil, de sorte que, proveitosíssima para uns, seja menos proveitosa para outros. De um modo geral, porém, e feita excepção de certos estados espirituais especiais, ou de casos patólógicos, esse assunto tem sempre utilidades, e deve sempre ser tratado de modo claro e forte.
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