Uma pregação viva
42. Não será nunca demasiado acentuar, depois, o alcance e
a necessidade da pregação. "Como poderiam crer naquele que não ouviram? E como
poderiam ouvir sem pregador? ...Pois a fé vem da pregação, e a pregação é pela
palavra de Cristo".69 Esta lei, estabelecida outrora pelo Apóstolo
Paulo, conserva ainda hoje todo o seu vigor,
Sim: a pregação, a proclamação verbal de uma mensagem, permanece sempre como
algo indispensável. Nós sabemos bem que o homem moderno, saturado de discursos,
se demonstra muitas vezes cansado de ouvir e, pior ainda, como que imunizado
contra a palavra. Conhecemos também as opiniões de numerosos psicólogos e sociólogos,
que afirmam ter o homem moderno ultrapassado já a civilização da palavra, que
se tornou praticamente ineficaz e inútil, e estar a viver, hoje em dia, na
civilização da imagem. Estes fatos deveriam levar-nos, como é óbvio, a pôr em
prática na transmissão da mensagem evangélica os meios modernos criados por
esta civilização. Já foram feitos, de resto, esforços muito válidos neste
sentido. Nós não temos senão que
louvar as iniciativas tomadas e encorajá-las para que se desenvolvam ainda
mais. O cansaço que hoje provocam tantos discursos vazios, e a
atualidade de muitas outras formas de comunicação não devem no entanto diminuir
a permanente validade da palavra, nem levar a perder a confiança nela, A
palavra continua a ser sempre atual, sobretudo quando ela for portadora da
força divina. 70 É por este motivo que permanece também com atualidade
o axioma de São Paulo: "A fé vem da pregação",71 é a Palavra
ouvida que leva a acreditar.
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