Leigos
70. Os leigos, a quem a sua vocação específica coloca no
meio do mundo e à frente de tarefas as mais variadas na ordem temporal, devem
também eles, através disso mesmo, atuar uma singular forma de evangelização.
A sua primeira e imediata tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da
comunidade eclesial, esse é o papel específico dos Pastores, mas sim, o pôr em
prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já
presentes e operantes, nas coisas do mundo. O campo próprio da sua atividade
evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade
social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da
vida internacional, dos "mass media" e, ainda, outras realidades
abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das
crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento. Quanto
mais leigos houver impregnados do Evangelho, responsáveis em relação a tais
realidades e comprometidos claramente nas mesmas, competentes para as promover
e conscientes de que é necessário fazer desabrochar a sua capacidade cristã
muitas vezes escondida e asfixiada, tanto mais essas realidades, sem nada
perder ou sacrificar do próprio coeficiente humano, mas patenteando uma
dimensão transcendente para o além, não raro desconhecida, se virão a encontrar
ao serviço da edificação do reino de Deus e, por conseguinte, da salvação em
Jesus Cristo.
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