Necessidade de um anúncio explícito
22. Entretanto isto permanecerá sempre insuficiente, pois
ainda o mais belo testemunho virá a demonstrar-se impotente com o andar do
tempo, se ele não vier a ser esclarecido, justificado, aquilo que São Pedro
chamava dar "a razão da própria esperança", 52 explicitado
por um anúncio claro e inelutável do Senhor Jesus. Por conseguinte, a Boa Nova
proclamada pelo testemunho da vida deverá, mais tarde ou mais cedo, ser
proclamada pela palavra da vida. Não haverá nunca evangelização verdadeira se o
nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré,
Filho de Deus, não forem anunciados.
A história da Igreja, a partir da pregação de Pedro na manhã do Pentecostes
amalgama-se e confunde-se com a história de tal anúncio. Em cada nova fase da
história humana, a Igreja, constantemente estimulada pelo desejo de
evangelizar, não tem senão uma preocupação instigadora: Quem enviar a anunciar
o mistério de Jesus? Com que linguagem anunciar um tal mistério? Como fazer
para que ele ressoe e chegue a todos aqueles que o hão de ouvir? Este anúncio,
kerigma, pregação ou catequese, ocupa um tal lugar na evangelização que, com
freqüência, se tornou sinônimo dela. No entanto, ele não é senão um aspecto da
evangelização.
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