Necessária ligação com a promoção humana
31. Entre evangelização e promoção humana,
desenvolvimento, libertação, existem de fato laços profundos: laços de ordem
antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser
abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e
econômicos; laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o
plano da criação do plano da redenção, um e outro a abrangerem as situações bem
concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser restaurada;
laços daquela ordem eminentemente evangélica, qual é a ordem da caridade: como
se poderia, realmente, proclamar o mandamento novo sem promover na justiça e na
paz o verdadeiro e o autêntico progresso do homem? Nós próprios tivemos o
cuidado de salientar isto mesmo, ao recordar que é impossível aceitar "que
a obra da evangelização possa ou deva negligenciar os problemas extremamente
graves, agitados sobremaneira hoje em dia, no que se refere à justiça, à
libertação, ao desenvolvimento e à paz no mundo. Se isso porventura
acontecesse, seria ignorar a doutrina do Evangelho sobre o amor para com o
próximo que sofre ou se encontra em necessidade".61
Pois bem: aquelas mesmas vozes que, com zelo, inteligência e coragem,
ventilaram este tema candente, no decorrer do referido Sínodo, com grande
alegria nossa forneceram os princípios iluminadores para bem se captar o
alcance e o sentido profundo da libertação, conforme ela foi anunciada e
realizada por Jesus de Nazaré e conforme a Igreja a apregoa.
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