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Congregações Scalabrinianas dos Missionários
e Missionárias de São Carlos
Scalabrini Uma voz atual

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  • SEGUNDA PARTE       HOMEM DA IGREJA E PARA A IGREJA
    • 4.  O SACERDOTE
      • d) A CIÊNCIA DO CLERO
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d) A CIÊNCIA DO CLERO

 

“A Igreja é fundada sobre a , mas a ciência é necessária.”

 

             Sem dúvida, se nenhuma sociedade humana pode ser constituída e subsistir sem a ciência, se não é possível exercer nenhuma atividade, na sociedade civil, sem um conhecimento adequado, quanto mais a Igreja crescerá e aumentará em ciência e os deveres eclesiásticos serão cumpridos a rigor e serão frutuosos. A Igreja é fundada sobre a , mas a ciência é necessária para desenvolver e guardar a ; na ciência é desenvolvida, nutrida, defendida, fortificada aquela salutar, que conduz às bem-aventuranças. A maior parte dos fiéis, segundo afirma Santo Agostinho, não possui esta ciência, ainda que a possuam a salutar.

             A ciência guarda a , como guarda a integridade dos costumes. Mas em nosso tempo, os homens desprezam ou rechassam a ciência dos costumes e da ; alguns por ódio, outros para poderem entregar-se livremente, aos próprios vícios, outros ainda, porque os sacerdotes não sabem exortá-los à doutrina e enfrentar os contraditores. A necessidade da ciência aumenta para o sacerdote. De fato, ele deve defender a doutrina da não só na cidade mas em todo lugar, porque o inimigo semeou a cizânia do erro por toda a parte. Este é o dever do sacerdote: guardar a e defender a integridade dos costumes. Mas como poderá defendê-la e conservá-la se a ignora e não a compreende retamente?

             A ignorância e a negligência do sacerdote, para com a ciência, constituem um mal. Quem não procura instruir-se, cairá no mal (Pr 17,26); o pastor ignorante será escarnecido por aqueles que o circundam; e testemunhará a corrupção do povo e não poderá colocar remédio. Que se pode esperar do ministério do sacerdote que não possui a devida ciência? Qual será a sua nos atos do culto divino, a direção segura no tribunal da penitência e a vigilância sobre o rebanho a ele confiado? É o servo inútil, para o qual é reservada a pena merecida: será jogado fora nas trevas, com mãos e pés atados.

             Se a Igreja, algumas vezes, sofreu dano pela deserção dos povos e pela corrupção dos costumes, isto se deve atribuir, sobretudo, por causa da ignorância dos seus ministros. 25


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Dois dons completam o homem de Deus: a santidade e a ciência.”

 

             Dois dons completam o homem de Deus: a santidade, que o faz agradável a Deus, e a ciência, com a qual instrui os fiéis (...).

             Sem a ciência, o sacerdote causa gravíssimos e irreparáveis danos à Igreja. Ela experimenta cada dia e sempre mais, dolorosamente, quantos perigos encontra se o pastor não encontra pastagens o guia ignora o caminho a percorrer, se o vigário não conhece a vontade do Senhor (S. Bernard Declam).

             Não é suficiente que o sacerdote resplandeça só por santidade ou só pela doutrina. Onde estão aqueles que afirmam ser suficiente ao sacerdote a inocência? (Hier ad Fabiol.)

             Não é suficiente aos prelados comportarem-se bem e que sejam integros nos costumes, se a isto não se acrescentar o conhecimento da doutrina (Grat. Test. 36, c. 2), pois o comportamento correto um sacerdote, sem a palavra, pode manter os santos, na santidade através do exemplo, mas não pode conduzir os errantes e os ignorantes ao conhecimento da verdade (Chrys. hom. 10 in Math).

             A ciência sozinha é perigosa, se a vida for manchada por más obras. De fatoresplandecer é vão; só arder é insuficiente: arder e resplandecer constituem a perfeição. 26

 

“A necessidade do estudo.”

 

             Embora ninguém negue a necessidade da ciência, poucos se aplicam, verdadeiramente, em adquiri-la.

             Existem alguns que, antes de entrar no pastoreio das almas, dedicam-se com paixão ao estudo; mas investidos pelo ministério, jogam fora os livros, convencidos de ter aprendido o suficiente, para a necessidade do povo inculto, para o qual são destinados. Desculpa , veneráveis irmãos. Ainda que na maior parte dos casos, seja verdade que a ciência comum é suficiente, para questões ordinárias, com freqüência se encontram dificuldades e complicações, das quais não é fácil desembaraçar-se. Por isso imitem os médicos e os advogados mais diligentes que, quando estão livres dos cuidados aos doentes, ou da defesa das causas, dedicam-se à consulta dos livros de sua arte. Portanto, dediquem-se ao estudo intenso, para oferecer uma solução conveniente às novas dificuldades que se apresentam. Como os soldados manejam as armas, mesmo quando não existe o perigo de uma invasão inimiga, assim os sacerdotes, se não quiserem manchar gravemente sua


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consciência, nunca deixem de usar os livros, que são as suas armas. 27

 

“A ciência dos santos.”

 

             A ciência dos santos resume-se em três pontos:

1)       A ciência, à qual os sacerdotes devem aplicar-se, é o conhecimento dos meios de perfeição. Para isto, aprendam o método da oração e da meditação, dominem, perfeitamente, o método de exame de consciência e dos exercícios de piedade;

2)       Dediquem-se ao estudo do que se refere ao sacrifício da Missa, aos Sacramentos e à recitação do ofício Divino, de modo a conhecer, segundo suas possibilidades, o significado dos ritos e das cerimônias;

3)    A ciência que serve diretamente para a direção das almas, isto é a Teologia dogmática, moral, ascética e mística. Cada um deve ter consigo, um texto de autor aprovado, relativo a cada uma destas matérias, e consultá-lo atentamente cada dia. Estas são as principais obras que servem para aquisição da ciência para os nossos sacerdotes; recomendamo-las calorosamente a todos e a cada um.

Porém, enquanto recomendamos esta ciência, para o nosso clero, não condenamos a cultura profana; uma vez assegurada a ciência eclesiástica, louvamos as outras. Subida honra a classe eclesiástica, se algum membro seu luta para arrancar dos leigos a palma também nas outras ciências. Deus é o Senhor das ciências e é necessário reconduzir também a ciência profana, à obediência a Cristo. 28

 

 




25.   Discurso do Sínodo, 4-5-1893. Sínodo Diocesano Placentino, Segundo. Placência, 1893, pp. 187-188.



26. Id., pp. 185-186.



27. Id., pp. 189-190.



28. Id., p. 191.






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