- 287 -
QUARTA PARTE
HOMEM DOS HOMENS E
PARA OS HOMENS
- 289 -
D. Scalabrini quis ser homem do seu tempo, não um
sonhador nostálgico de épocas passadas e irreversíveis, mas no passo da
história, atento aos sinais dos tempos, conhecedor realista dos problemas e das
exigências dos contemporâneos, voltado a preparar um futuro mais humano e conforme ao desígnio de
Deus, na história.
Afrontou com coragem, energia e solidez as principais
“questões” do tempo. A época do
associacionismo teve nele um estusiasmado sustentador das associações
católicas, apesar de discordar da ideologia política de quem queria monopolizar
a Ação Católica.
A sociedade
ia se descristianizando rapidamente; urgia “reconduzir Cristo à sociedade”. Eram condições
indispensáveis: união e densidade de forças, atividade corajosa, dependência
dos Pastores enquanto a ação católica é apostolado, não política.
O maior obstáculo à unidade era a questão Romana que
impedia com a proibição à participação dos católicos às eleições políticas um
influxo incisivo sobre os centros de poder e de legislaçao os anti-clericais
tinham mão livre, na tentativa de demolir o sentido cristão do povo. A
preocupação pastoral ditou ao bispo de Placência, não uma atitude de protesto,
mas a busca da conciliação entre dois sentimentos igualmente legítimos:
religião e pátria. A Igreja deve ser livre, tanto interna como externamente,
para exercer o seu poder que é todo
espiritual, e os seus direitos que são a evangelização e a caridade.
A conciliação é um ideal que abraça todos os aspectos da
vida de Scalabrini. Ele concilia o realismo da história, vivida com o amor
intrépido à verdade, a liberdade e a
franqueza do diálogo, com a obediência o amor por tudo o que de belo e bom Deus
colocou à disposição, na criação, com a amizade dos homens.
|