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3. A QUESTÃO
ROMANA
A conciliação entre “trabalho e capital, liberdade e
autoridade, igualdade e ordem”, devem ser adotadas também entre a Igreja e o
Estado.
O homem tem o direito e o dever de amar a religião e a
pátria. O conflito entre estes dois sentimentos provoca gravíssimos danos à
religião e inquietantes problemas de consciência. A “funesta discórdia” deve
acabar o mais depressa possível, “sobretudo, para o bem das almas.”
A usurpação dos legítimos direitos deve ser condenada; o
usurpador deve reparar, a liberdade do Papa deve ser restituída, integralmente.
Mas, em um regime parlamentar, não se pode esperar do Estado reparação e cura
se no Parlamento não entram homens honestos e corretos, que levem a sério o
verdadeiro interesse do povo e o representem, na sua identidade de povo
tradicional e culturalmente católico. Sonhar com uma restauração milagrosa é
anti-histórico, pedi-la a estranhos seria fatal.
Só a participação dos católicos na vida política da nação
pode preparar a conciliação entre a Santa Sé e a Itália e remover os obstáculos
políticos à liberdade da evangelização. A recristianização é o único móvel da
atitude de Dom Scalabrini nos confrontos com as questões políticas e sociais da
época.
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