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1.
A
MIGRAÇÃO VISTA POR SCALABRINI
Vendo
os migrantes que partem na estação de Milão e os apelos dos diocesanos migrantes,
na América, questionam o espírito apostólico do Bispo de Placência. A migração
é um dos fatos mais importantes e determinantes da vida italiana contemporânea.
Impõe-se pelo número e tem um caráter permanente, que decorre de inelutáveis
necessidades econômicas.
A
necessidade pressupõe um direito, que não pode ser suprimido pelo Estado, ou
pelos centros de poder, e devem assegurar a liberdade de migrar, mas não a
liberdade de “fazer migrar”, por causa da especulação e aproveitamento.
O migrante, sem orientação e tutela, está exposto a
“infinitos males materiais e morais” e presa facílima de especulação”.
Abandonado a si mesmo, corre o risco de perder a própria identidade cultural e
religiosa.
Ao contrário, se a migração for bem orientada e assistida, pode-se tornar
“instrumento da Providência que preside os destinos que é o aperfeiçoamento do
homem sobre a terra e a glória de Deus nos céus.” De fato, no desígnio da
Providência, a migração é destinada a aperfeiçoar “a união de todos os homens
de boa vontade, com Deus, por Jesus Cristo.”
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