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V PARTE
(Sugestões de atuação
prática)
A eficácia resultaria da
autoridade de que viria da Santa Sé e aumentaria depois, com a oportunidade e
solicitude de suas providências, com a insistência junto aos bispos, para que façam
executar (sendo necessário, com alguma sanção penal) quanto sera determinado
pela Congregação, com o pedido, cada ano, da prestação de contas a respeito da
finalidade proposta, com o envio aos locais, de quando em quando, de algum
encarregado especial, concedendo aos mais ativos e beneméritos, alguma
distinção etc....
Poder-se-ia também
ordenar uma coleta anual, em todas as igrejas das várias nacionalidades para
constituir um fundo, retirando uma parte para o justo funcionamento da mesma
Comissão e des tinando o restante para a assistência aos migrantes. Leão XIII a
ordenou para o tráfico dos negros, e não poderia o Pontífice reinante ordená-la
para o tráfico dos brancos? Para este certamente, todos colaborariam, e
colaborariam de boa vontade, porque a necessidade é mais facilmente
compreendida e mais sentida. - 405 -
Também seria um bem
destinar para esta obra de interesse gera1, ao menos uma parte dos proventos
auferidos com as novas edições reservadas, dos livros litúrgicos, do catecismo
etc. Ninguém seria capaz de racionalmente contradizer.
Tratando-se de uma obra
entendida unicamente para a maior glória de Deus e para a salvação de tantas
almas, poderia Deus não ajudá-la?
Concluirei
com as seguintes importantíssimas palavras de Teodoro Roosevelt, tiradas do
último fascículo da Revista de Paris:
“O
migrante chega quase sem proteção: ele geralmente ignora a nossa língua, não
está habituado com as nossas instituições, costumees de vida, e com nosso modo
de pensar. Existe, dói-me dizê-lo, um grande número de trapaceiros que esperam
sustentar a vida, depredando o migrante, a menos que alguém esteja no local
para ajudá-lo; caso contrário ele está literalmente perdido. Nenhuma obra,
maior pode ser feita por uma sociedade filantrópica ou religiosa, do que oferecer
ajuda amigável ao homem e à mulher que vêm entre nós para se tornarem cidadãos,
ou pais de cidadãos. Se nós não cuidarmos deles, se descuidarmos de
melhorá-los, então os nossos filhos, sem erro, pagarão a pena. Ou eles
ressurgirão ou nós caíremos. 33
“Seria
aquele grão de mostarda.”
Perdoe se venho
importuná-lo novamente, sobre o nosso projeto para os migrantes católicos.
Parece-me ser da mais alta importância. No memorial a este respeito expedido,
há pouco, eu escrevia: “A Congregação, deveria ser constituída pelos
representantes das diversas nacionalidades que oferece maior contingente à
migração etc . . . A escolha destes
representantes deveria recair sobre pessoas competentes, cientes das condições
e das necessidades dos respectivos compatriotas, e que saibam ainda a língua
italiana, para facilitar a comunicação de cada membro, com quem fosse chamado a
presidir a mesma Congregação e as relações com as outras Congregações afins.
Isto poder-se-ia obter facilmente, dirigindo-se de preferência às Congregações
religiosas que se dedicam ao serviço de seus compatriotas migrantes.” - 406 -
Ora, para ir à prática e
facilitar ainda mais a coisa, proporei que fossem chamados a Roma três missionários
da Congregação de São Carlos (dois do Norte e um do Sul) que se dedicassem ao
necessário trabalho de preparação, servindo-se, para este fim da experiência e
dos estudos já feitos, como também das luzes de outros missionários residentes
em Roma.
Se na atual reorganização
das paróquias, se pudesse ter aqui uma igreja com local anexo, a coisa poderia
ser logo atuada, sem muito barulho, com pouquíssimos gastos, e seria
precisamente o grão de mostarda que em seguida, como me escrevia ultimamente
Vossa Eminência, com a bênção do Senhor poderia, sempre mais se estender. 34
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