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Congregações Scalabrinianas dos Missionários
e Missionárias de São Carlos
Scalabrini Uma voz atual

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  • SEGUNDA PARTE       HOMEM DA IGREJA E PARA A IGREJA
    • 2.  O PAPA
      • c) PAI A QUEM SE DEVE OBEDECER
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c) PAI A QUEM SE DEVE OBEDECER

 

Promessas solenes de fidelidade e de obediência.”

 

             No dia 30 de janeiro do corrente ano completar-se-ão 25 anos desde que o Exmo. Cardeal Franchi, de sempre saudosa e feliz memória, consagrou-me Bispo de Placência (...).

             As solenes promessas, feitas na ocasião, de fidelidade e de obediência ilimitada à Santa Apostólica, eu as renovo, com espírito ainda mais fervoroso e resoluto, aos pés de Vossa Santidade, como diante de Jesus Cristo, de quem sois digno representante, sobre a terra.

             E aos pés de Vossa Santidade é-me grato abrir a alma, especialmente nesta ocasião. Se olho para as obras realizadas, em meio a muitas dificuldades, tenho grande motivo para alegrar-me, no Senhor; mas se desço com o pensamento, no segredo do meu espírito, não encontro senão matéria de pesar, por tanto bem que não fiz, ou que não fiz bem. Beatíssimo Padre,


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posso assegurar-vos uma única coisa; em tudo só tive em mira a glória de  Deus e a salvação das almas a mim confiadas. Aquele pouco de vida que o bom Deus quiser conceder-me ainda, eu pretendo consagrá-lo, inteiramente ao bem de sua Igreja, na defesa de vossos sacrossantos direitos, a estreitar mais meu amado rebanho à vossa Venerável Pessoa.

             Estes são os meus propósitos e as minhas resoluções, no momento de iniciar os santos Exercícios. Dignai-vos Santo Padre, confirmá-los com a vossa bênção, que reanima, conforta e torna a alma superior a si mesma. 16

 

Falai, Santo Padre e será a nossa satisfação obedecer-vos.”

 

             Viva nosso Beatíssimo Papa Pio X!

             Mas nele, irmãos e filhos caríssimos, mais que os dotes pessoais, devemos considerar a autoridade de que está investido, autoridade suprema, universal, divina (...). Portanto, todos: bispo, clero e povo, unidos entre nós, com vínculos de caridade e formando um só corpo, estreitamo-nos com arrebatamento filial, aos pés do novo chefe; circundamo-lo com nossa mais profunda e afetuosa veneração; digamos-lhe: Falai, Santo Padre, e será nossa satisfação obedecer-vos; guiai-nos e docilmente seguir-vos-emos; ensinai-nos e os vossos ensinamentos serão a norma constante, invariável da nossa conduta, pois só vós tendes palavras de vida eterna.

             Quem estiver contra vós está contra Jesus Cristo; a nossa eterna salvação depende da união convosco. 17

 

Abstenhamo-nos de diminuir a grandeza da causa católica, às mesquinhas proporções dos nossos juízos particulares.”

 

             Abstenhamo-nos especialmente de diminuir a grandeza da causa católica, às mesquinhas proporções dos nossos juízos particulares. Em tudo o que, entre nós, possa ser objeto de discussão, pensemos, como pensa o Papa, julguemos, como Ele julga, cada um trabalhando pela causa do bem, com os meios e à medida que Ele na sua sabedoria, prescreve, e operando sempre, com retidão de intenção, com perfeita união de mente e de coração, os únicos que podem atrair as bênçãos de Deus sobre nossas fadigas e torná-las profícuas, para a santa finalidade que nos é indicada pelo Chefe supremo. 18


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“Sempre unidos de mente, de espírito, de coração ao Romano Pontífice.”

 

             Tu, o Pai e nós os filhos, Tu, o Mestre e nós os discípulos; Tu, o Chefe e nós os soldados; Tu, o Pastor e nós as ovelhas; Tu, a árvore e nós os ramos. Ai do ramo, que se desprende do tronco vital! É como a folha de outono que cai da árvore e logo seca (...).

             Conservai-vos sempre unidos ao Romano Pontífice; unidos de mente, de espírito, de coração; pois só se vai a Deus, por meio de Jesus Cristo; está-se unido a Jesus Cristo, por meio de sua Igreja; faz-se parte da Igrejavivendo, em comunhão de e de caridade, com o Romano Pontífice. Cada católico deve afirmar, com palavras e com obras, em particular e em público, sempre e em toda parte, a necessidade de uma plena, absoluta obediência a quanto Ele ensina e ordena. É necessário sermos católicos com a profissão franca e aberta do nosso catolicismo, sem precauções humanas, sem reticências, inteiramente. 19

 

“Quem ouve o seu Vigário, ouve a Cristo.”

 

             Confiamos plenamente, na obediência de todos vós, veneráveis irmãos. De fato, de há muito percebemos a piedade iluminada e a obediência sincera de todos vós, para com os superiores. Se vossa constante moderação não nos desse segurança, temeríamos uma só coisa; que aqueles que nunca aprovaram a doutrina condenada, ostentassem com jactância o seu triunfo. Antes, aqueles que de qualquer modo a defenderam, pensassem ser atingidos injustamente. Não existe razão para os primeiros se gloriarem temerariamente de um triunfo: cantariam um triunfo totalmente fictício, porque nesta manifestação da verdade, não foi um agudo raciocínio do homem que venceu, mas a verdade, antes Cristo mesmo: e certamente é só Cristo que triunfa, pela obediência de todos.

             Não entendemos como os outros possam sentir-se de algum modo, marcados pelo opróbio. Além do fato de que algo semelhante, já tenha acontecido a homens ilustres, nem por isso foram atingidos, por alguma nota de censura; estes nossos Sacerdotes, que de algum modo aderiram às doutrinas de Antonio Rosmini, estavam dispostos a abandoná-las imediatamente a um sinal da Igreja, e teriam já confirmado concretamente sua disposição de ânimo, se a Igreja tivesse falado antes (...).

             As coisas estando assim, não existe motivo para ninguém, movido pela vaidade fora de propósito, desprezar, ou pior, zombar dos outros.


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Enquanto, para aqueles que antes tinham professado a doutrina agora reprovada, não existe nenhuma razão para se sentirem ofendidos, dado que, renunciando à mensagem da doutrina proscrita, aceitem docilmente o juízo da Apostólica.

             Por isso, cessada toda animosidade, alegrem-se todos porque, finalmente, a verdade ficou esclarecida: gozem aqueles que nunca professaram tal doutrina, porque vêem a sólida confirmação de suas opiniões. Os que tinham a ela aderido, gozem ainda mais, porque se vêem libertados totalmente de todo perigo de erro, no qual começaram a incorrer.

           Portanto, não existe nenhuma razão para um verdadeiro filho da Igreja afastar-se do dever de uma perfeita submissão. Todos acolham o decreto, com reverência, submetendo sua inteligência em obediência a Cristo, sabendo que quem ouve seu Vigário, ouve Cristo. Cada um faça seu, o propósito do celebérrimo Mons. Fenélon, que em semelhante circunstância dizia: “Preferirei morrer, antes que sustentar ou defender, direta ou indiretamente, uma doutrina reprovada ou proscrita pela Apostólica. A mim só me resta submeter-me internamente e externamente. Esta é a minha dignidade, a minha fama, a minha glória e o meu louvor para sempre”. Aqui não existe nenhuma distinção, não existe nada a tutelar, além da perfeita obediência e da humilde submissão do coração e da palavra à Santa Igreja, e assim os pósteros, recordando esta longa controvérsia, reconhecerão, em louvor do nosso povo, que tanto os sacerdotes, quanto os leigos, nesta circunstância buscaram uma única glória, uma única honra, isto é, a de sentir e julgar, reprovar e proscrever aquilo que a Apostólica sentiu e julgou. reprovou e proscreveu. 20




16.           Carta a Leão XIII, 21-1-1901 (ASV-SE, Rub 3/1901, fasc. 3. Prot. n. 61.381).



17.           A eleição do novo Pontífice Pio X, Placência, 1903, pp. 5-6.



18.   A Primeira Carta Encíclica de Sua Santidade Pio X, Placência, 1903, pp. 6-7.



19.           Espírito de alegria, Placência, 1878, pp. 4-5.



20.           Universo Nosso CleroPlacência, 1888, pp. 3-4. A carta foi escrita por ocasião do decreto Port obitum, que condenava 40 proposições do Rosmini (cf. Biografia, pp. 707-722). Os padres placentínos estavam divididos em “tomistas” e “rosminianos” (cf. Id., pp. 696-702).






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