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Congregações Scalabrinianas dos Missionários
e Missionárias de São Carlos
Scalabrini Uma voz atual

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  • QUINTA PARTE       HOMEM DOS MIGRANTES E PARA OS MIGRANTES
    • 2. A IGREJA E AS MIGRAÇÕES
      • b)  RELIGIÃO E PÁTRIA
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b)  RELIGIÃO E PÁTRIA

 

“Obra verdadeiramente cristã e altamente patriótica.”

 

Isto não tira dos italianos o dever de pensar que há lá irmãos que lhes pertencem de modo especial e que, de modo especial, precisam de sua ajuda. Abandoná-los a si mesmos equivaleria destruir neles toda ligação com a pátria e colocaria em dura provas a sua fé e a sua moral.

E não poderá ser chamada obra verdadeiramente cristã e altamente patriótica aquela que, quebrando a triste tradição de descuido que o passado nos deixou, procurar tornar melhor a sua sorte? 9


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“A nossa igreja, a nossa escola, a nossa língua.”

 

Religião e Pátria! São estes os dois grandes amores inseridos pela mão de Deus no coração da humanidade, palavra escrita, com letras luminosas nas bandeiras das nações cristãs. É à sombra desta bandeira imortal que os nossos pais lutaram e venceram. À sombra desta bandeira, as frontes se erguem serenas, as iras se calam, desaparecem as divisões das partes, as mãos fraternalmente se apertam repousam as famílias, dominam os homens.

Religião e Pátria! Unamo-nos todos ao redor deste sublime idel, que na obra tutora da nossa migração, toma forma e figura e poderemos esperar para a nossa Itália dias melhores, poderemos esperar que se cumpram sobre ela, em tempo não distante os desígnios de Deus.

Ainda uma palavra e termino. Não faz anos, nos Estados Unidos os foram feitos enormes esforços para americanizar, se assim posso me expressar, os migrantes das várias nações européias.

A Religião e a Pátria choraram os milhões de filhos perdidos. Só um povo soube resistir àquela violenta tentativa de assimilação e foi aquele que havia escrito sobre sua bandeira: nossa igreja, a nossa escola, a nossa língua.

O senhores, não esqueçamos deste fato. Esforcemo-nos também nós, cada um na medida das próprias forças, para que muitos italianos, no exterior, tenham a mesma divisa, a mesma firmeza, a mesma coragem: pela religião e pela pátria. 10

 

“Duas supremas aspirações de todo coração bem formado.”

 

Religião e Pátria: duas supremas aspirações de toda alma gentil se entrelaçam e se completam nesta obra de amor e de redenção que é a proteção ao fraco e se fundem em admirável acordo. As miseráveis barreiras erguidas pelo ódio e pela ira desaparecem, todos braços se abrem para um amplexo fraterno, as mãos se apertam calorosas de afeto, os lábios se abrem ao sorriso e ao beijo e eliminada toda distinção de classe ou de partido, aperece nela, embelezada pelo esplendor cristão, a sentença: Homem, irmão do homem.

Possam essas minhas pobres palavras serem a semente de excelentes obras que redundem para a glória de Deus e de sua Igreja, para o bem das almas, para a dignidade da pátria, para alívio dos infelizes e dos deserdados. A Itália, sinceramente reconciliada com a Sé Apostólica, possa emular suas


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glórias antigas, e alcançar uma outra imperecível, aviando sobre os luminosos caminhos da civilização e do progresso, também os seus filho5 distantes. 11

 

“Uma idéia tão simples, tão bela.”

 

Não sonhemos. Eis a minha idéia cândida e nua, como a verdade. É tão simples, tão bela, que não tem necessidade dos adornos de retórica, para ser apresentada às pessoas de bem.

Os jovens seminaristas que cada ano cumprem o serviço militar, na Itália, serão uma centena. Ora, o que haveria de mal para o nosso exército, se se ausentassem do serviço militar os jovens clérigos, que quisessem se inscrever, entre os missionários para os italianos, na América? Que exceção seria equiparada à igualdade de todos os cidadãos frente ao tributo militar, se os jovens italianos, que aspiram ao sacerdócio, em vez de três aborrecidos anos de quartel, fizessem cinco nas Américas a serviço dos nossos compatriotas, cooperando com a sua redenção religiosa e moral, ao mesmo tempo soldados da Igreja e do Estado? Com o ardente entusiasmo de sua jovem idade, com o zelo que não conhece obstáculos, com a galhardia dos vinte anos que não sente cansaço, que heróicos apóstolos teríamos! que professores infatigáveis! que harmonia de afetos religiosos e civis, nas jovens consciências, que ao primeiro encontro com a vida pública, experimentam sob a forma de um benefício, a mão da pátria! quanto reconhecimento por não terem sido afastados dos seus estudos e não condenados, por três longos anos, aos rudes quanto inevitáveis contatos do quartel, que os perturba e os humilha! 12

 

 




9. A migração italiana na América, Placência, 1887, pp. 28-29.



10. A Itália no exterior, Turim, 1899, p. 23.



11.           A migração italiana na América, Placência, 1887, pp. 53-54.



12.           O desígnio de lei sobre a migração italiana, Placência, 1888, pp. 51-53.






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