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Congregações Scalabrinianas dos Missionários
e Missionárias de São Carlos
Scalabrini Uma voz atual

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  • QUINTA PARTE       HOMEM DOS MIGRANTES E PARA OS MIGRANTES
    • 3. OS MISSIONÁRIOS E AS MISSIONÁRIAS DE SÃO CARLOS PARA OS MIGRANTES
      • a) A FUNDAÇÃO
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a) A FUNDAÇÃO

 

“Uma associação de padres para a assistência aos migrantes.”

 

Há alguns meses, várias vezes esteve aqui, um antigo discípulo meu, do seminário de Como, atualmente sacerdote e professor, o qual tendo empreendido viagem à América, para rever seu pai e sua família, ficou profundamente comovido e aflito ao presenciar o abandono religioso, em


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que se encontram centenas de milhares de italianos, que imigraram para lá. Existem grupos que formariam paróquias de várias centenas de almas, que vivem e morrem, sem ver o rosto de um padre, sem ouvir uma palavra da religião, sem receber sacramento; que vivem e morrem como animais. Só ao pensar, o espírito se aflige. O referido sacerdote visitou alguma5 pequenas colônias e falou-me sobre a festiva acolhida e sobre a necessidade de os pobrezinhos terem ao menos de vez em quando, a visita de algum ministro do Senhor.

Oh! Eminentíssimo! não haveria uma maneira de prover a tantas pobres almas? Faz-se tantos e generosos esforços, pela conversão dos infiéis e deixaremos perecer os nossos compatriotas católicos? Não seria o caso de pensar-se em uma associação de padres italianos, que tivessem como finalidade a assistência espiritual dos italianos migrantes, nas Américas, que vigiassem a partida e a chegada, e providenciassem quanto possível pelo seu futuro cristão?

Sei que há anos, tratou-se de qualquer coisa deste gênero, com os Arcebispos de Gênova e de Nápoles, mas creio que nada ou bem pouco, tenha sido feito a favor deles. De minha parte estou disposto a ocupar-me desta obra e a iniciá-la logo, em mínimas proporções, mas iniciá-la, realmente. 1

 

“Projeto de uma associação, com o fim de prover às necessidades espirituais dos italianos migrantes, nas Américas.”

 

Eis o projeto, ou melhor, o esboço de um projeto, para ajudar os migrantes italianos, nas Américas, por mim elaborado, segundo o desejo expresso pelo Santo Padre, por meio de V. Emcia. Revma. (...).

Desejando V. Emcia. valer-se da minha pequeníssima obra, seja para preparar o convite aos bispos italianos e a circular para os da América, seja para outras coisas, sentir-me-ei sempre honrado, em poder servi-lo. Porém, a iniciativa desta nobilíssima obra deveria sempre partir da Santa Sé, e todos os documentos relativos a ela, deveriam ter a assinatura de V. Emcia.

O clero italiano responderia então com segurança e com entusiasmo, ao convite. Falei reservadamente, como de uma distante possibilidade, a vários Sacerdotes, e eles estão prontos a partir, quando necessário (...).

 

 


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Necessidade de providenciar.

 

Sobre a necessidade de oferecer ajuda e assistência espiritual aos italianos, que migraram, para a América, não julgo necessário fazer longo discurso, porque a S. Congregação de Propaganda tem pleno conhecimento, através dos relatórios enviados pelos arcebispos de Nova Iorque, Nova Orleans e pelos padres do terceiro Concílio de Baltimore.

Outros relatórios, e talvez ainda mais desconfortadores, sem dúcida, serão apresentados pelos bispos da América do Sul e da Austrália (...).

Silenciados sobre os anos precedentes, a migração italiana, que em 1881 era representada pela cifra de 28.217 e que pareceu então uma espantosa enormidade, em 1882 subia para 58.290 e em 1883 para 62.704. Em 1884 fez uma breve parada, limitando-se a 60.489. Em 1885 subiu para 83.786. Ao menos aqueles infelizes fossem todos adultos! Mas o que amargura mais o espírito é que, para atingir a cifra de 83.786, concorrem, nada menos de 15.642  crianças (...). Não estão compreendidos os que partem de portos estrangeiros com de Marselha, de Toulon e de Havre.

Portanto, encontrando-se centenas de milhares de italianos na Aménca, espalhados pelas cidades e campos e perdidos nas matas, desprovidos de toda assistência religiosa, além daqueles que ainda irão... é claro que é necessário tomar providências para os migrantes e seus filhos.

 

Urgência de prover.

 

É necessário prover às necessidades espirituais de tantas centenas de milhares de nossos compatriotas e é urgente essa providência.

Se ainda for adiada mais, os danos seriam irreparáveis.

A incredulidade, a heresia e sobretudo a franco-maçonaria, que é fortíssima na América, age ativamente, para dominar a mente e o coração dos migrantes. Portanto, se agora não se tratar de reconduzir, para o reto caminho, os católicos abandonados, dentro em pouco serão incrédulos, heréticos, franco-maçons, ateus, que se deverá procurar converter.

E aqueles infelizes, que pela miséria e outras dolorosas razões, tiveram que abandonar o país de origem, pedem e suplicam que se vá, em seu socorro.

Um cavalheiro italiano, ao regressar de uma longa viagem de exploração na América, dizia-me ter encontrado grupos de famílias das montanhas placentinas, que chorando lhe perguntavam pelo seu Bispo


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e recordavam-se de sua caridade e recomendavam-lhe, que não os esquecesse, que enviasse, ao menos por alguns meses, um sacerdote. Era uma cena comovente, narrava o cavalheiro, Ouvir aqueles pobrezinhos chorarem a felicidade perdida, recordar suas festas, sua igrejinha, suas funções; que o bispo pensasse de alguma maneira também no futuro eterno deles, quanto a eles estariam prontos a qualquer sacrifício, a gastar dinheiro, para a viagem do padre etc. “Se ele não tiver piedade de nós, diziam-lhe, tornar-nos-emos piores que os pagãos e muitíssimos, o que é pior, morrem sem poder se reconciliar com Deus.”

Estas simples palavras, brotadas de corações ainda repletos de fé, exprimem vivamente as tristíssimas condições em que se encontram, quase todos os migrantes. A urgência de prover é evidente. Oh, faça-se, faça-se!

 

Como prover.

 

Antes de tudo, parece-me necessário que às regiões onde se encontram os nossos compatriotas, sejam enviados sacerdotes, sem sede fixa e de acordo com os Ordinários locais, preguem missões de quinze ou vinte dias, de acordo com as necessidades. Exortem os imigrantes a erigirem uma capela e arranjarem os meios para manter o padre. Conhecer os lugares, as condições dos mesmos, o número de habitantes etc. e enviar tudo a quem será constituído chefe da Pia Associação, pela Santa Sé (...).

A Santa Sé deveria ordenar, ou ao menos recomendar, aos Bispos deixarem livres estas vocações e nem mesmo se oporem. Os Bispos italianos não deveriam e não se poderiam queixar de se verem privado de algum membro idôneo, enquanto se trata de prover ao bem espiritual de seus diocesanos distantes, e sem confronto mais necessitados que os outros, os quais também, nas dioceses onde é grande a escassez de clero, encontram sempre, onde quiserem, os meios de salvação (...).

Será admitido a fazer parte desta Pia Associação qualquer sacerdote de qualquer diocese italiana, contanto que seja aprovado para ouvir confissões e tenha alcançado a idade de 30 anos ou ao menos tenha exercido o sagrado ministério por três anos (...) É absolutamente necessário que os aspirantes se dístingam pela piedade, sejam de índole dulcíssima, de conduta Íntegra, de zelo apostólico para a salvação das almas (...).

Os Missionários não se obrigam a permanecer nas colônias italianas na América, além do espaço de um ano, mas fica a seu arbítrio, permanecer por mais tempo, e também por toda a vida, quando se


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sentissem inspirados pelo Senhor e consagrarem-se sem reserva, à nobre missão empreendida.

Antes da partida, os novos Missionários se reunirão por um mês, em lugar de sagrado retiro (...), para ali fortalecer o espírito no exercício da meditação e da oração, como fizeram os Apóstolos no Cenáculo, antes de sair e evangelizar o mundo (...).

Os missionários, antes da partida, obrigam-se a emitir o juramento de não reter, como coisas próprias, nem dinheiro, nem objetos, que lhes forem oferecidos, e de entregar tudo ao Superior da Pia Associação, retornando às respectivas dioceses, nas mesmas condições em que estavam, ao partir.

Os missionários não poderão ocupar-se senão em catequizar, pregar, instruir, administrar Sacramentos etc., e serão imediatapente chamados à Itália, quando se permitissem voltar a mente e ação, para outras coisas, que não tenham relação com a finalidade proposta pela Santa Sé. (...).

Cada três meses, sendo possível, reunir-se-ão em grupos de cinco ou seis, conforme as distâncias ou dificuldades dos lugares e em dia que não seja festivo, para prover as próprias necessidades espirituais e ao mesmo tempo, para partilha de conselhos, ajuda conforto.

 

Como iniciar a obra?

 

Dirigir um apelo aos Bispos italianos e por meio deles, ao clero convidando-o a colaborar, com a obra santa empreendida e tornando conhecidas as intenções da Santa Sé e as condições acima descritas (...).

Instituir-se-ão Comitês, especialmente nos portos de mar, para ajudar Missionários encaminharem para eles os migrantes recolherem meios materiais etc....

 

Para a América

 

1) Convém expedir, para os Bispos da América, uma circular latina, pedindo-lhes manifestar o mais depressa possível as necessidades dos migrantes italianos e como poderiam prover aos sacerdotes que estivessem disponíveis e lhes fossem enviados.

2) Estimulá-los a cooperar com a obra, recolhendo ofertas para este fim e principalmente, para a fundação de um seminário italiano, em qualquer cidade da América, para a formação de um clero italiano e indígena, que se ocupe somente dos italianos.


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Parece não ser difícil ter vocações, quando se pensa que em 1885 a migração teve, como já foi referido, 15.642 crianças italianas.

 

Meios para prevenir a corrupção dos migrantes

 

Além da guerra de reconquista, das almas perdidas nas intermináveis regiões do Novo Mundo, conviria pensar no modo de prevenir a ruína de tantos pobres católicos italianos, que estão exilados além do oceano, freqüentemente com seus filhos.

O primeiro meio para impedir a corrupção dos migrantes deveria ser o zelo dos párocos em combater a migração, e em buscar todos os meios para convencer seus paroquianos a não expatriar. Mas infelizmente, na maioria dos casos não se consegue, e é necessário sofrer a migração, como dolorosa necessidade. Ou roubar ou migrar, foi o terrível dilema que ouvi, mais de uma vez, da boca dos pobres operários e camponeses.

O pároco, nestas necessidades, não deve deixar partir ninguém para o exterior, sem muni-lo de carta de recomendação para o Clero do lugar para onde se dirige. Nos anos em que exerci o ministério paroquial, utilizei constantemente este método com bons resultados. Quando Bispo conheci, durante as visitas Pastorais, ainda mais, os gravíssimos males da migração (...).

Seriam de grande proveito as colônias católicas, semelhantes às já instituídas, nos Estados Unidos, para os irlandeses e para os ingleses, as quais, são uma espécie de Paróquia católica, com sacerdotes e escolas católicas, e às quais se enviam os seus compatriotas, em vez de deixá-los partir, como ovelhas desgarradas. Assim os migrantes sentir-se-iam como em sua pátria, em meio aos católicos ao menos com os subsídios religiosos essenciais.

Para conservar o fruto das Missões, dever-se-ia, em cada grupo de italianos, que não têm padre, recomendar que não só se atenham, em casa, cada dia, às práticas de bons cristãos, mas que se reunam, nos dias festivos, na Igreja, ou capela, para rezar em comum, para cantar os louvores do Senhor, para dar Catecismo às crianças, para ler o Evangelho dos domingos; para cumprir os exercícios religiosos que, como leigos podem realizar. É deste modo que em Madagascar, durante a ausência dos missionários, por muitos anos, conservou-se não só a fé, mas também o fervor religioso.

A leitura de livros oportunos e de periódicos religiosos, adaptados às especiais necessidades daqueles fiéis, servirá também, para fazer as vezes dos Sacerdotes.  2


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“A idéia de ir em auxílio dos migrantes está madura.”

 

A idéia de ir em auxílio dos migrantes está madura. A imprensa está continuamente estimulando ora uns, ora outros homens que governam o país, a levantar a voz, para que se proveja. Seria um gravíssimo prejuízo se a maçonaria precedesse a Igreja neste campo e chegasse a apossar-se dele.

E é exatamente para impedir que isto aconteça, que eu, embora o último dos Bispos, acreditei por bem, editar poucas páginas sobre o importante assunto, também para melhor dispor os ânimos, em favor do projeto de evangelização apresentado, por expresso desejo de Vossa Santidade à Sagrada Congregação de Propaganda, caso seja aprovado. 3

 

“Um Instituto de sacerdotes para os jovens das colônias italianas.”

 

Continuam a pedir-me de diversas partes, solicitando a atuação do  conhecido projeto relativo aos migrantes italianos. Eu deixei suspensa, até agora, toda negociação a este respeito, na espera de uma resposta que o ótimo D. Jacobini me prometera, para o início de agosto próximo passado. Não tendo recebido nada até agora, gostaria de saber se posso, por enquanto, como seria minha intenção abrir aqui um Instituto, que recebesse os sacerdotes que quisessem se dedicar à evangelização dos migrantes na América, como também, os jovens das colônias italianas, que demonstrassem inclinação para o estado eclesiástico. 4

 

“Origem da Obra.”

 

Uma das chagas que eu deplorei, visitando, pela primeira vez, as 366 paróquias de minha diocese, foi a da migração.

Das anotações tomadas resultou, que cerca de 28.000 diocesanos estavam no exterior, naquele tempo! Alguns deles me escreviam, muitas vezes, cartas comovedoras nas quais, dando-me relações de seu deplorável estado, sobretudo no campo religioso, me suplicavam, calorosamente ir em auxílio deles. Eu mesmo, mais de uma vez, assisti à partida de migrantes, na estação de Placência e confesso que, ao ver sua miséria e dor, pensando nos


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Gravíssimos males, sem número, em que iam ao encontro, na idéia do abandono de toda ajuda espiritual, em que iriam permanecer, senti apertar o coração, e chorei sua sorte, e me propus tentar alguma coisa.

Foi então que acreditei ser meu dever, dirigir-me, como o fiz, ao Eminentíssimo cardeal Simeoni, então Prefeito de Propaganda, para saber como poderia prover a esta grave necessidade de modo estável e eficaz (...).  Esta S. Congregação ocupou-se do importantíssimo negócio, e o S. Padre, na sua audiência de 26 de junho de 1887, aprovou as decisões. Uma delas, a quarta, dizia: Instituir na Itália um ou mais institutos de sacerdotes, que fossem à América, fazer missão entre os migrantes, para conservar-lhes a fé, colocando-se, para tal fim, de acordo com os Bispos locais. Tal instituto será colocado sob a dependência do Ordinário, mas o regulamento será aprovado pela S. C. de Propaganda.

Depois desta deliberação, fui chamado a Roma, então fui autorizado a abrir, em Placência o Instituto dos Missionários e a prover quanto fosse possível a todas as outras necessidades dos migrantes.5

 

“Finalidade da Congregação e meios para alcançá-la.”

 

1. Constitui-se na Itália, sob a alta dependência de Propaganda Fide, e sob a imediata direção de um Superior Geral, nomeado pela mesma Propaganda, uma Congregação de Missionários para as Colônias Italianas, especialmente na América.

 

2. O fim desta Congregação é o de manter viva, no coração dos nossos compatriotas migrantes, a fé católica, e de prover, quanto possível, seu bem estar moral, civil e econômico.

 

3. A congregação alcança esta finalidade:

 

1 — Enviando Missionários e Professores, onde a necessidade dos migrantes o requeira.

 

2 — Erigindo, nos vários centros das Colônias italianas, Igrejas e Oratórios e fundando Casas de Missionários, de onde possa se difundir sua ação civilizadora, através de excursões temporárias;

 

3 — Estabelecendo escolas, onde, com os primeiros rudimentos da fé sejam dados, aos filhos dos colonos, os elementos da nossa língua, do cálculo e da história pátria.


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4 — Encaminhando aos estudos preparatórios, ao sacerdócio, os jovens, filhos dos colonos, que apresentarem indícios de chamado ao estado eclesiástico.

5 Organizando comitês, nos portos de embarque e desembarque para socorrer, dirigir e aconselhar os migrantes.

6 — Acompanhando-os durante a viagem por mar, para exercer, em benefício deles, o sagrado ministério e para assisti-los, especialmente, em caso de doença.

7 Favorecendo e promovendo as associações e as obras consideradas mais aptas, para conservar, nas mesmas colônias, a Religião e a cultura italiana.  6

 

“Pode-se dizer, felizmente, iniciada a Congregação.”

 

A Congregação que o Senhor se dignou inspirar-nos, em favor de nossos pobres compatriotas migrantes, na América, com a ajuda de Deus, pode-se dizer felizmente iniciada. Ao retornar de Roma, coloquei-me à obra.

Aluguei, provisoriamente uma casa bastante cômoda por enquanto e quase terminei de providenciar o necessário, isto é, camas, roupas, utensílios etc.  Doze pessoas poderiam ser alojadas imediatamente.

Atualmente são cinco: o superior e o ecônomo, que ficarão aqui, e três alunos, admitidos, nestes dias. Padres que pedem para entrar não faltam, sobretudo, depois da publicação do Breve que o S. Padre me dirigiu. Porém, eu vou muito devagar, em aceitá-los, para proceder, com segurança, sobretudo no início (...).

 Julgar só pelos encômios de onde a coisa é acolhida universalmente e das aprovações que me chegam também, da parte de ilustres Bispos, é verdadeiramente para agradecer o Senhor. Certamente, será necessária uma boa dose de paciência, de coragem e de espírito de sacrifício, para que a obra possa atingir plenamente, sua finalidade De minha parte, ao menos a vontade não falta; Deus fará o resto. 7


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Fundei, na minha Placência, o Instituto dos Missionários.”

 

Fundei na minha Placência, o Instituto dos Missionários, destinado à assistência religiosa dos nossos migrantes sob o nome glorioso do grande italiano descobridor do novo continente, Cristóvão Colombo (...).

No Instituto Cristóvão Colombo, cuja manutenção é providenciada pela caridade pública, encontram-se atualmente, entre padres, clérigos, e leigos, 42 indivíduos. Entre estes, alguns jovens de famílias italianas, estabelecidas na América, que se preparam a se tornar também eles, missionários, para seus compatriotas migrantes.

Desde 28 de novembro de 1887, data da sua fundação, este viu partir, para a América 48 missionários sacerdotes, espalhados, atualmente, em dezesseis missões, onze ao Norte e cinco ao Sul ...

Em Nova Iorque, os missionários fundaram escolas paroquiais, um orfanato, um hospital e o Barge office (...), como também a Sociedade São Rafael, para assistência e proteção dos migrantes; em Boston uma escola industrial; em todas as partes, igrejas e capelas.

Para a direção do orfanato e do hospital e para a fundação de escolas femininas e de creches, foram enviados ao Novo Mundo numerosos grupos de ótimas religiosas, que são as Irmãs salesianas missionárias do Sagrado Coração.

A seguir será providenciada a instituição de missões especiais, também nos principais portos do Brasil e do Prata. Enquanto isso, estão se constituindo comitês da Sociedade de S. Rafael, em todas as cidades dos Estados Unidos, onde se estabeleceram os nossos missionários. Foram iniciadas igualmente, negociações e com esperança de boa realização, para a instituição de outras missões (...).

Os coadjutores leigos ou irmãos catequistas que acompanharam os missionários sacerdotes são atualmente trinta e oito e, graças a Deus, até aqui deram provas de serem ótimos.

Os migrantes que partem dos portos italianos, quando possível são acompanhados por um sacerdote que, embora não pertencente à referida Congregação, assiste-os durante a viagem (...).

Os missionários, no breve período de tempo em que exerceram sua obra de caridade cristã e patriótica, souberam conquistar, em toda parte, o afeto dos compatriotas migrantes e circundar-se da estima das populações, em meio às quais vivem.  8


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“Uma obra nova, ainda criança.”

 

Quais as condições dos italianos na América do Norte, há doze anos, pode-se deduzir da carta, do Eminentíssimo Simeoni, datada de 9 de fevereiro de 1887: “estou eu também, escrevia-me o santo homem, profundamente desolado com as tristes condições em que se encontram os migrantes italianos, na América. Os relatórios enviados a esta S. Congregação, pelos Arcebispos de Nova Iorque, Nova Orleans e pelos padres do III Conselho plenário baltimorense, dão uma idéia muito desencorajadora de seu estado espiritual e religioso.”

É suficiente dizer que, em Nova Iorque, os italianos não podiam freqüentar senão o subsolo, ou igreja subterrânea da Ascenção. Porém, é de se notar, a bem da verdade, que apenas D. Corigan, Arcebispo de Nova Iorque, soube da nossa instituição, escreveu-me cartas calorosíssimas, pedindo-me missionários e oferecendo-se para protegê-los da melhor forma possível.

Os nossos missionários foram. Abriam as portas às missões aos italianos expatriados. Eles agora, em grande parte, se quiserem, podem satisfazer suas necessidades espirituais.

Aos missionários de S. Carlos se juntaram outras Congregações. Reavivou-se nos pastores o sentimento de providência, para os pobres migrantes; e assim, se não se fez tudo o que se deveria fazer por eles, fez-se, porém, muito.

Na ocasião da grandiosa festa da santificação de João Batista de La Sale e Rita de Cássia, tive oportunidade de ver vários bispos da América do Norte: todos se mostraram felizes, contentíssimos, pe1o bem que realizam lá, os Missionários de S. Carlos. Tenho a respeito, uma carta muito lisonjeira do Emo. card. Satolli, então Delegado Apostólico, na América e que foi expectador, do zelo dos mesmos Missionários. Ainda, o Arcebispo de Nova Iorque, conduzido aqui, e respondendo à orientação do clero da cidade, que veio cumprimentá-lo. Fez um discurso tão glorioso, sobre a nossa obra, que eu, embora, agradecendo-o comovido, acreditei, em consideração à verdade, dever atenuá-lo. Observei que se tratava de uma obra nova, ainda criança, que dificilmente pode caminhar totalmente livre de defeitos, por falta de experiência. Acrescentei que estes defeitos existiram e que estas faltas, varias foram feitas também entre nós; mas esperava, com a ajuda divina, que o nosso instituto iria se aperfeiçoando, sempre mais. 9


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Apenas os Missionários colocaram os pés em solo brasileiro, longe de encontrar ajuda, encontraram mil obstáculos, mil oposições, mas de alguns anos para cá, graças ao zelo daqueles santos bispos, as coisas mudaram de aspecto. Creio seja útil transcrever aqui um trecho de uma carta datada de Petrópolis, 14 de maio de 1900, escrita pelo Mons. Internunzio, ao superior de nossos missionários, em S. Paulo:

“Recebi, com verdadeira satisfação, o grande desenvolvimento que está tomando a obra dos Missionários de São Carlos, nestas regiões; e o bem imenso que estão fazendo, em meio a tantos colonos abandonados, em lugares completamente afastados e desprovidos de socorros religiosos. Estou verdadeiramente edificado e efusivamente agradeço a Deus e aos bons religiosos, principalmente a Sua Venerável Revma. que está a frente e os sustenta, com palavras e com o exemplo ...

Enquanto no Norte, os nossos Migrantes são recolhidos, em grandes massas nas cidades, no sul, especialmente no Brasil, estão dispersos em pequenos grupos, em imensos territórios. Os nossos missionários, portanto têm procurado construir entre todos aqueles grupos, pequenas igrejas, oratórios, capelas, onde vão periodicamente, para o exercício do sagrado ministério. 10

 

“Necessidade de ter Irmãs nossas.”

 

Submeto ao vosso parecer uma coisa importante e sobre ela peço dedicar vossa mais séria atenção.

Muitas vezes se falou da necessidade de ter Irmãs nossas, dependentes dos nossos padres; alguns deles me escreveram, conveflcidos de que elas fariam um grande bem. Não se trata de fundar conventos; mas como se usa, com grande vantagem, em todas as Dioceses da França, as Irmãs deveriam viver em casa própria, três ou quatro juntas e lecionar na escola, cuidar de nossa Igreja, conservar em ordem, as coisas dos Missionários, catequizar as meninas, cuidar dos enfermos, também a domicílio, onde isso possa ser feito sem perigo etc.

Um certo número de almas boas se ofereceram para isto e esperam ansiosas, para entrar no noviciado, que deveria ser regularíssimo. Mas eu estou titubeante, embora em algumas circunstâncias


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providenciais, parece-me que Deus queira impor-me também esta cruz, mais pesada que todas as outras.

Reze, reflita e manifeste depois o seu parecer e respeito. 11

 

“Uma das circunstâncias providenciais.”

 

A bordo do navio, em que viajava um meu missionário, o Pe. José Marchetti (então professor do Seminário de Luca), morria uma jovem esposa, deixando órfão, um menino de peito e o marido sozinho, desesperado. O missionário, para acalmar o desolado esposo e pai, que ameaçava jogar-se ao mar, prometeu-lhe tomar conta do menino, e assim o fez. Chegando ao Rio de Janeiro, trazendo nos braços a inocente criaturinha, apresentou-se ao exímio conde Pio de Savóia, então Consul Geral naquela cidade. Ele não pode dar ao jovem Missionário senão palavras de encorajamento, mas foi suficiente para que Pe. Marchetti, batendo de porta em porta, chegasse enfim a colocar o pobre órfão sob os cuidados do porteiro de uma casa Religiosa. Desde aquele momento a idéia de fundar em São Paulo (para onde se dirigia) um orfanato, para os filhos dos italianos, passava pela sua cabeça, e com enormes sacrifícios onseguiu fundá-lo de fato. Conta atualmente quatro anos de existência, com 160 órfãos e um mártir que reza por eles no céu, pois


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as grandes fadigas sustentadas, custaram a vida ao piedoso e zeloso Missionário. 12

 

“Ide confiantes, filhas.”

 

Ide confiantes, filhas, vos mandarei depois outras coirmãs e vós retomareis para vos formar e consolidar-vos no espírito religioso. 13

 

“Um regulamento ad experimentam.”

 

Quanto às Irmãs, existia um regulamento aprovado “ad Experimentum”. Se não o encontrardes, escrevei-me imediatamente. Desejou-se iniciar com os votos temporários; veremos o que Deus quer. Por enquanto, recebei também as jovens, sobre as quais me escrevestes, mas estai atentos, que sejam quais devem ser. 14

 

“Outra circunstância providencial.”

 

Das circunstâncias verdadeiramente providenciais, parece-me e aos padres aqui residentes, que Deus queira a coisa. Ela certamente tera êxito se com a oração fervorosa e com o sincero desejo de nos consagrarmos inteiramente à glória de Deus, nos tornamos merecedores e dignos (...). É necessário começar do princípio e instituir um Noviciado regular, que todas, sem exceção, devem lazer, formando-se assim no verdadeiro espírito de Jesus Cristo. Na espera da hora de Deus, vivei com as irmãs, toda n’Ele, com Ele e por Ele e Ele, por sua misericórdia, nos assistirá, na grande obra que queremos empreender.15

 

“As novas irmãs e as antigas.”

 

As irmãs, eis um assunto a ser considerado com toda seriedade. As novas Apóstolas do S. Coração são formadas seriamente para a vida


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religiosa. É necessário formar também as boas filhas que há tempo trabalham com empenho, para os nossos órfãos. De quanto me escreveste e de quanto me disse o Pe. Marcos, conheço o espírito delas e seu vivo desejo de servir do melhor modo a Jesus Cristo, seu esposo, motivadas unicamente do desejo de seu maior bem.

Depois de alguns dias da chegada, as novas irmãs assumirão a direção da casa e as antigas se recolherão por alguns meses, para fazer uma espécie de Noviciado. Neste tempo, sem deixar o trabalho necessário para a casa, a vosso critério e da Superiora, dedicar-se-ão com particular atenção, às obras de piedade e de perfeição religiosa que lhe serão sugeridas, procurando crescer no conhecimento e no amor de Nosso Senhor, cultivando as virtudes da humildade, da obediência e no espírito de sacrifício, seguras de êsstm se tornarem instrumentos dignos de suas graças mais escolhidas. Eu as abençôo a todas e cada uma e peço a Deus que is cumule, com suas mais escolhidas graças. Também a mãe do Pe. Marchetti, que do céu intercede por nós, se deseja, poderá ber aceita e entrar com as outras, no noviciado. Terminado este, as consideradas dignas, e espero que sejam todas, renovarão os votos. 16

 

“A obra dos missionários seria incompleta sem a ajuda das Irmãs.”

 

A obra dos Missionários seria incompleta, especialmente na América do Sul, sem a ajuda das Irmãs. Por isso, pedi a várias Congregações ja existentes, mas não consegui nada. As boas Irmãs missionárias de Codogno, é verdade, se me ofereceram, e eu lhes abri as portas da América, onde fazem muitíssimo bem, mas não é o bem que a nossa Congregação tem em vista.

Temos necessidade de Irmãs como aquelas dispersas nas dioceses da França, que se adaptam a viver também em quatro apenas, e sem pretensões, lecionam na escola primária, ensinam o catecismo e onde for possível, assistem os doentes, com todos os cuidados que a prudência, e a experiência sugerem. Por mais que os missionários insistissem e fizessem violência ao meu coração, para ter semelhantes irmãs, eu sempre me opus, sentindo uma extrema regnância de colocar mãos a esta nova obra.

Mas há alguns anos, uma série de circunstâncias providenciais e me fizeram conhecer ser este o querer de Deus, e agora temos as Apóstolas do Sagrado Coração, destinadas à assistência dos migrantes, especialmente, na América. Dentro em pouco, depois de dois anos de


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de prova, partirão doze: seis, antes de meados deste mês, para São Paulo; as outras seis, em fins de setembro, para Curitiba Sucessivamente, partirão outras, pois em pouco tempo, tivemos mais de cem pedidos.

Tudo isto se faz atualmente, como experiência. Se Deus abençoar como espero, também esta empresa, no tempo devido, serão mandadas as regras a esta S. Congregação. 17

 

“Obra de regeneração.”

 

Referi-me em outra carta que estava combinando coisas utilíssimas com este pio e bom bispo. Eis agora o que decidimos:

 

 

a) recolher os surdos-mudos, meninos e meninas, e iniciar esta missão.

Após a leitura desta, ireis ter com a Superiora Geral das Apóstolas, Irmã Marcelina e lhe direis em meu nome, que tenha prontas duas Irmãs, instruídas por Ir. Cândida, para vir aqui ao primeiro aceno (...). Esta é uma instituição muito importante, completamente nova, para estes Estados tão vastos (...). O Bispo aceitou a proposta, com verdadeiro entusiasmo e compreendeu logo o valor moral. Amanhã falarei com o Governador do Estado e espero alguma ajuda. Por enquanto iniciaremos no local deixado pelas érfãs e Irmãs, que irão para Vila Prudente. O senhor Bispo prometeu-me apoio moral e também material, quanto lhe seja possível. Se conseguir apenas esta obra de regeneração, estarei satisfeito de minha longa viagem.

 

b) Conceder aos Missionários a paróquia de S. Bernardo, onde surgem nossos estabelecimentos. Ela conta cerca de quarenta mil fiéis e se estende quase de S. Paulo a Santos, isto é, até o mar, oitenta milhas de extensão. Foi um gesto amável do Bispo, com a finalidade de oferecer aos nossos missionários, para quem alimenta grande estima e afeto, cinco ou seis mil liras de renda por ano e assim facilitar os seus gravíssimos compromissos. A paróquia é quase toda formada por italianos.

 

c) Abrir, assim que for possível, duas residências no interior do Estado, para assistência dos italianos que trabalham nas fazendas. Estes são mais de dois mil e até o presente foram atendidos com imenso sacrifício, pelos nossos padres, aqui do orfanato.


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Neste Estado e Diocese existe um milhão e duzentos mil italianos.

Estabelecer bem as coisas aqui é muito importante, porque abrange o maior núcleo italiano da América do Sul. 18

 

“Se pudermos, com o tempo formar sacerdotes entre os filhos dos nossos migrantes.”

 

Vós, Missionários, sois interessantes! Considerais o Instituto como se contasse vinte anos de vida, e não tem senão um! É necessário, provar os elementos um pouco, antes de enviá-los (...). As vocações não são muitas, mas os padres que estão, parecem seguros.

Pedidos não nos faltam, mas é necessário cautela na aceitação. Se com o tempo pudermos formar sacerdotes entre os filhos dos nossos migrantes, teremos operários para a abundantíssima messe.19

 

“Um colégio ítalo-americano para os filhos dos colonos.”

 

Pergunta-me se D. Felice fez bem em adquirir a propriedade na ilha de (long) Island? Respondo: Sem dúvida, fez muito bem eis o motivo:

Nos primeiros dias deste mês pensava muito como realizar o desejo do Papa de fundar um colégio Italo-Americano, para os filhos dos colonos, que demonstrassem vocação ao estado eclesiástico. Seria para nós uma verdadeira providência. No colégio, os clérigos a para nós uma verdadeira providência. No colégio, os clérigos fariam os cursos de latim e de filosofia, e aqui na casa mãe, a teologia.

Parece-me que o Senhor quer mesmo esta obra, porque nestes dias, enquanto estava pensando nisto, apareceram dois ótimos sacerdotes, que já foram professores por vários anos nas respectivas diooceses e que estariam ávidos de se dedicarem de novo ao ensino. Um terceiro sacerdote, também professor, eu o espero. Fizeram pedido, para entrar, dois jovens estudantes, um dos quais já fez a quinta e outro, filosofia. Eis o pessoal já pronto e suficiente para o início (...). Se o local existe e tu podes abastecê-lo do necessário, mando-te logo estes novos apóstolos e com eles os quatro


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ou cinco jovenzinhos leigos da América, para iniciar a obra, com certo número de alunos.  20

 

“Os filhos dos colonos italianos instruídos na América.”                                                          igi

 

Quanto aos jovens dos quais me falas, advirto-te que é coisa muito séria ter no Instituto padres, clérigos, teólogos e jovens.  É um negócio que, bem considerados todos os aspectos, não convém mesmo. A experiência demonstrou que a arca de Noé, que realizou sua finalidade, teve que ser una. É necessário ainda avaliar também o aspecto econômico e considerar a grande despesa de que comporta a obrigação de prover os professores. E finalmente de não perder de vista o mais importante, que é a dignidade e o êxito.

Minha idéia e a do S. Padre, é que os jovens, filhos de colonos italianos, que demonstram vocação ao sacerdócio, sejam instruídos na língua italiana e latina, aí na América, e mandados para a Itália, quando devessem iniciar o curso teológico ou ao menos de filosofia. Deste modo poderemos assegurar-nos de sua vocação, não fazê-los perder tempo precioso e não nos causar grandes sacrifícios, sem colher depois nada. Que quereis dizer sobre um menino de dez ou doze anos? Aqueles que vieram aqui há alguns anos, são todos filhos bons, mas conseguirão? Só Deus o sabe.

Por enquanto coloque-os no Seminário, para que possam fazer regularmente seus estudos e se não sentirem chamados ao sacerdócio abracem outras carreiras. 21

 

 




1. Carta ao Card. G. Simeoni, 11-1-1887 (AGS 1/1). O sacerdote ex-discípulo de Scalabrini, era Pe. Francisco Zaboglio, primeiro vigário geral dos missionários scalabrinianos.



2. Carta ao Card. G. Simeoni, 16-2-1887 (AGS 1/1).



3. Carta a Leão XIII, 13-6-1887 (AOS 1/1). Scalabrini apresenta ao seu primeiro opúsculo sobre a migração: A migração italiana na América impresso em Placência, em junho de 1887.



4. Carta ao Card. G. Simeoni, 21-9-1887 (AGS 1/3). D. Domênico Jacobini, depois cardeal, era Secretário de Propaganda Fide.



5. Relatório da Obra dos Missionários de S. Carlos para os migrantes italianos, 10-8-1900 (AGS 7/5).



6. Regulamento da Congregação dos Missionários para os migrantes, 1888 (AGS 127/2).



7.  Carta ao Card. G. Simeoni, 16-12-1887 (AOS 1/5). A primeira sede provisória dos scalabrinianos foi em local do edifício paroquial anexo à basilica de S. Antonino. Os três já admitidos que fizeram a “primeira profissão em 28 de novembro de 1887, foram Pe. José Molinari, Pe. Domingos Mantese o can. Domingos Costa, padre de S. Antonino, primeiro superior.



8. Da assistência à migração nacional e dos Institutos que a provêm, Placência, 1891, pp. 4-10. As irmãs salesianas do Sagrado Coração foram fundadas pela Madre Cabrini.



9. Relatório da Obra dos Missionários de São Carlos, para os migrantes italianos, 10-8-1900 (AGS 7/5). A Igreja da Ascensão, mais precisamente “da ressurreição”, a primeira capela onde celebravam os Scalabrinianos em Nova Iorque.

“O bem imenso que estão fazendo no Brasil.”



10. Idem.



11. Carta a Pe. Colbachini, 15-2-1899 (AGS 3023/22). A história da fundação das Irmãs Missionárias de S. Carlos Borromeo (Scalabrinianos) parece complicada, porque a documentação apresenta alguns vazios. Aqui e em outros lugares Scalabrini fala de “algumas circunstâncias providenciais” que o levaram à fundação das Irmãs. Uma lhe foi oferecida pelas Apóstolas do S. Coração de Jesus, prestes à falência, às quais poucos dias antes de escrever a Pe. Colbachini o Bispo propôs salvá-las, contanto que se dedicassem aos migrantes. A “circunstância” mais importante, porém, foi a iniciativa de Pe. José Marchetti, que apresentou a D. Scalabrini sua irmã, Madre Assunta Marchetti, a mãe Carolina e outras duas jovens. As quatro, destinadas ao orfanato Cristóvão Colombo de S. Paulo, no Brasil, emitiram Primeiros votos privados, nas mãos de D. Scalabrini que as “enviou” ao Brasil, consignou o véu e deu indicações para as primeiras constituições, em 25 de outubro de 1895. Esta é a data da “fundação moral” das Irmãs Scalabrinianas. A “fundação jurídica” foi feita pelo bispo de Placência em 10 de junho de 1900, com o título de Apóstolas Missionárias do S. Coração: o novo Instituto compreendia seja as Irmãs recolhidas por Pe. Marchetti, seja as Apóstalas fundadas pela Madre Clélia Merloni. A fusão dois grupos, porém, não se efetuou, e os dois Institutos se separaram em  1907 (cf. Biografia, pp. 1067-1107). Tenha-se presente, nas seguintes citações, que por “Apóstolas do S. Coração” Scalabrini entende a Congregação composta pelos dois grupos.



12.           A Itália no exterior, Turim, 1899, p. 22. A fundação do orfanato Cristóvão Colombo, está na origem da fundação das Irmãs Scalabrinianas.



13.           E. Martini, Memórias sobre a fundação da Congregação das Irmãs Missionárias de S. Carlos (AGS 103/8). Estas palavras foram dirigidas às quatro primeiras Irmãs Scalabrinianas em 25 de outubro de 1895.



14.           Carta a Pe. E. Consoni, 12-3-1897 (AGS 103/2). Pe. Faustino Consoni sucedeu a Pe. Jose Marchetti na direção do Orfanato Cristóvão Colombo.



15.           Carta a Madre C. Merloni, 22-2-1899 (Arquivo geral das Apóstolas do S. Coração de Jesus, Roma).



16. Carta a Pe. F. Consoni, 8-8-1900 (AGS 103/2).



17.   Relatório da obra dos Missionários de S. Carlos para os migrantes 10-8-1900 (AGS 7/5). As “irmãs missionárias de Codogno” são as Missionárias do S. Coração fundadas por S. Francisca X. Cabrini.



18.           Carta a C. Mangot, 14-7-1904 (AGS 3022/22). O “Bispo” de Paulo era D. José de Camargo Barros. Irmã Marcelina Viganó foi a segunda superiora geral das Apóstolas do S. Coração de Jesus. Irmã Cândida Quadrini, filha de Sant’Ana, era a diretora do Instituto Surdas-Mudas fundado por Scalabrini.



19.           Carta a Pe. F. Zaboglio, 9-1 1-1888 (Arquivo do Seminário de Como).



20.           Carta a Pe. F. Zaboglio, 20-1-1891 (id.). Pe. Felice Morelli tinha comprado um terreno em Long Island, Nova Iorque, em vista de um seminário scalabriniano, mas teve que revende-lo logo, para pagar as dívidas da paróquia S. Joaquim.



21. Carta a Pe. F. Zaboglio, 4-3-1892. (Id.).






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