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Congregações Scalabrinianas dos Missionários e Missionárias de São Carlos Scalabrini Uma voz atual IntraText CT - Texto |
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b) A RESPOSTA AO DOM DE DEUS
“A fé é a fonte de toda santidade.”
A fé, é o princípio, o fundamento, a raiz de toda justificação, e por isso a fonte de toda santidade, o justo vive da fé. Somente porque viveram da fé e conforme os ditames da fé, os santos todos se tornaram tais, isto é, segundo os eternos desígnios da multiforme graça de Deus, tornaram-se, homens de fadigas apostólicas, de maravilhosas obras fecundas, homens de oração, de penitência, de sacrifício, homens que percorrendo sua carreira mortal, nas diversas condições da vida, mostraram-se anjos de carne, espelhos sublimes das mais belas virtudes, mortos ao mundo, vivos somente para a graça do Senhor, pouco cuidadosos com o presente, mas solícitos com o futuro. Os Santos, pela fé, conquistaram o reino, são operadores de justiça são adeptos da promessa. 7
“O justo vive da fé.”
À luz desta chama divina, o cristão conhece, de modo infinitamente mais perfeito, que qualquer um dos mais renomados sábios, o verdadeiro fim da vida presente e o seu destino futuro. Julga as coisas humanas, seus deveres, para com Deus, para com o próximo, e consigo mesmo, de forma contrária às apreensões dos sentidos e muito superior a todas as luzes da razão humana. Com os sentidos corporais vê, toca e sente as coisas materiais e sensíveis, da mesma forma como a fé que lhe é infusa, vê, toca e sente as coisas futuras e celestes: o justo vive da fé. Crê e sua inteligência está ocupada em entender e a contemplar as coisas que crê, melhor do que se visse com os olhos do corpo. Espera, e suas esperanças são concretas, reais, substanciais, de modo que seus afetos se prendem fortemente, com toda a energia de que são capazes. Ama, e o coração é chama que destrói toda dúvida, é labareda de fogo, que se eleva ao céu. Ele quase não sente mais a terra, sente só o seu Deus, vive por seu Deus, pensa, fala e age com seu Deus e por seu Deus sofre, luta e morre: o justo vive da fé. 8
“A fé inspira pequenas, mas nobres virtudes.”
A fé, qual fúlgida estrela, se levanta sobre o mundo e o ilumina de um a outro polo, com clareza estupenda (...). É ela que impulsiona o missionário a abandonar pátria, parentes, amigos, honras, riquezas e através de oceanos tempestuosos e horríveis desertos, penetrar em lugares inóspitos, em países bárbaros e cruéis à procura de selvagens, para fazê-los antes homens, depois cristãos, sem outra esperança que a de coroar uma vida de apóstolo, uma vida de dificuldades, de privações, de cruzes, com a morte de um mártir. É ela que anima tantas virgens, a sacrificar a própria juventude, suas comodidades, para dedicar-se à educação das filhas dos pobres, para prestar serviços nas prisões, nos hospitais, nos campos de batalha, com palavras de conforto e os socorros da caridade. É ela que inspira tantas pequenas, porém, nobres virtudes desconhecidas do mundo, mas percebidas por Deus. Virtudes que adornam o santuário da família e o conservam com a santidade, a ordem, a concórdia, a paz. E ela que encoraja homens e mulheres, de qualquer idade, e grau, a permanecer firmes, diante dos maiores escândalos e não temerem as censuras dos mundanos, nem o sarcasmo dos ímpios, nem a perseguição dos tristes, nem os perigos da vida, para não violarem a modéstia, para conservarem a piedade, para confessarem Jesus Cristo, diante de todos. 9
“Pudesse eu santificar-me e santificar a todos”.
Embora estando, nos santos exercícios, não posso deixar de enviar-lhe imediatamente uma palavra de vivo agradecimento, pela gentil recordação. Os nobilíssimos sentimentos que me exprime pelo 127º aniversário da minha consagração episcopal, comoveram-me, suavemente. E um longo período, cheio de cruzes e de amarguras, também essas, dons das mãos de Deus, que governa os seus pastores, com uma providência, cheia de mistérios. Pudesse eu santificar-me e santificar todas as almas a mim confiadas! 10 “Assusto-me com minha grande indignidade.” Hoje, dia da minha consagração. Meu Deus, tende misericórdia deste pobre Bispo! Ai de mim, quantos anos perdidos! E o 18º. Assusto-me com minha grande indignidade! E necessário começar de novo: tornar-me menos indigno da dignidade divina de Bispo: elevar-me, nobilitar-me, divinizar-me. O Bispo depois de Deus, é Deus na terra. Meu Deus, agora recomeço com vosso divino auxílio. Renovo os propósitos dos Santos Exercícios. O meu Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, tende misericórdia de mim, pobre pecador. 11
“Ofereço-me a Ele com uma vida santa.”
Para oferecê-lo ao Senhor. Maria Santíssima e José levam Jesus ao templo, para oferecê-lo ao Pai, em nome de todo o gênero humano. Que pensamentos e afetos teve Maria naquela oblação solene! E São José? Jesus se oferece pela Salvação da humanidade e minha, a fim de que eu me ofereça a Ele com uma vida santa. É o dia da grande oblação: ofereci a humanidade SS. de Jesus Cristo ao Pai e me ofereci com Ele: Por Ele, N’ele e com Ele. O meu Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim, pobre pecador. 12
“Nada existe de mais natural que o sobrenatural.”
Nada existe de mais natural que o sobrenatural. 13
“Um bispo deve, em cada ação ser movido pelo Espírito Santo.”
Um bispo deve ser movido, em cada ação, pelo Espírito Santo, motor secreto da humanidade santíssima de Jesus Cristo. Deve-se fazer violência, para ser santo. O bispo deve ser virgem, confessor, mártir. Virgem pela pureza de vida; ai se a iniquidade cresce na terra dos santos, não verá a glória do Senhor! Prefiro morrer, mil vezes, que manchar a grandeza do caráter sacerdotal, com um pecado da carne. Confessor, pelo zelo constante, pelas incessantes fadigas do Sagrado Ministério. Mártir, sofrendo pacientemente as cruzes, as tribulações, as injúrias, o tédio das audiências, etc. Ser sempre sério, irrepreensível, modesto, doce e forte, grande e nobre, em todas as coisas. Elevar-me, nobilitar-me, purificar-me, divinizar-me! Tanto progredirás, quanto dentro de ti mesmo, procurares a força. 14
“PROMETO”
1º ) Meia hora de meditação diária, ao menos 20 minutos. Nos dias de visita, de viagem, ou de grandes festas, ao menos 10 minutos. Comprometo-me sob pecado. Sem vínculo de voto prometo: 2º) Leitura espiritual diária. 3º) Ao menos uma visita ao SS. Sacramento. 4º) Recitação do Santo Rosário. 5º) Angelus de manhã, ao meio-dia, à tarde. 6º) As orações da manhã e o exame de consciência à tarde e depois do Angelus, ao meio-dia. 7º) Renovar a intenção de fazer tudo para a glória de Deus, diante das ações principais, como a audiência, etc.
CADA SEMANA
A confissão, bem feita, é-me necessário um outro confessor. O atual é um padre santo, mas não me corrige. Escolherei outro. Rezar e decidir. Talvez Deus quer este sacrifício, para conceder-me a graça que espero, há muito tempo. Cada mês. Um dia de retiro. O 2º domingo de cada mês. Duas meditações, sobre os novíssimos e duas leituras espirituais, O resto do dia passá-lo, possivelmente, em oração, como se devesse morrer, naquela mesma tarde. Fazê-lo bem, com diligência. É a minha salvação! Se quero, posso! meu Deus, ajudai-me!
“Propósitos particulares a serem observados sob pena de condenação”!
1º) Prontidão em expulsar todo pensamento imundo.., sem isso se perecerá. 2º) Vigilância rigorosa dos olhos: aquilo que para outros não é nada, para mim é fatal. 3º) Rezar o ofício, do melhor modo possível, aplicando-o cada dia por uma intenção particular. Toda tarde, examinar como o recitei.
Cada mês, uma meditação sobre “dignamente, atentamente, devotamente.” Quanto tempo perdido!... 4º) Preparação e ação de graça da Santa Missa. Oh! se pudesse fazer antes a S. Meditação! Que preparação! Eia, coragem! Levanta em tempo, Meu Jesus Sacramentado, ajudai-me! Faze isto e viverás. 5º) Familiarizar-me-ei com usos das santas jaculatórias.., frequentemente. 6º) Ó Cruz, inebriai-me! Deus nos educa com as tribulações, humilhações, penas, tédios do ministério, das audiências. Conserva-nos. ilumina-nos, torna-nos grandes, amar pois as cruzes, apertar a cruz peitoral ao coração e repetir muitas vezes: Ó Cruz, inebriai-me! 7º) Grande e verdadeira devoção à querida, suavíssima Mãe Maria. 15
“PROPONHO”
1º) Uma hora de meditação, incluída também a preparação para a Missa. 2º) A observância diária das práticas de piedade assumidas nos exercícios e o uso freqüente das santas jaculatórias. Meu Deus: meu amor, meu tudo, ajudai-me! Maria SS. Assunta, meus Protetores, recomendo-me a vós! 3º) Recitar o ofício atenta, digna e devotamente, do melhor modo possível. 4º) As horas, 3ª, 6ª e 9ª, vésperas e completas, em ação de graças: Matinas e laudes como preparação à santa Missa. Ter sempre alguma intenção particular... 5º) Familiarizar-me-ei com o uso de jaculatórias. 6º) O Cruz inebriai-me! repetirei frequentemente, apertando ao coração a cruz peitoral. As humilhações, os desgostos, as injúrias, as amargas desilusões, entram nos desígnios de Deus... não me faltarão nunca, nem me faltam agora... Bendito seja o meu Deus! Confiança, na cruz de Jesus Cristo. 7º) Constante e terna devoção a Nossa Senhora. É minha Mãe e tudo me alcançará, se lhe for verdadeiro e sincero devoto! 8º) Farei, nos dias um pouco livres, um estudo sobre os salmos habituais; anotarei em folhetos apropriados, a serem conservados no breviário, o sentido, a inspiração, a finalidade profética, etc.. Começarei pelas horas. . . Cada dia um Salmo! Quantas bênçãos atrairei sobre mim e sobre a diocese, se recitar o ofício, como um santo! 9º) Meditar frequentemente que o pecado de um bispo é aquele mistério de iniquidade, pelo qual já não se permanece hóstia. Coisa que faz gelar o sangue! Meus Deus, misericórdia! 10º) Nos dias de retiro, ao menos, lerei novamente estas notas, fazendo sérias reflexões, sobre elas... 16
“Que o Espírito Santo habite em mim, me governe, me conduza.”
1. O Espírito Santo é o móvel secreto da humanidade SS. de Jesus Cristo. Ele é conduzido pelo Espírito. O Espírito Santo infundia na alma de Jesus Cristo arroubos, alegria pura, inefável e divina, da qual fala o Evangelho: é necessário que o Espírito Santo habite em mim, me governe, me conduza. Sem a sua luz, nada sou... Ele deve ser a secreta força de minha ação, especialmente nestes Exercícios. Vinde, vinde Espírito Santo! 2. Deus me criou, é necessário servi-lo; a criação continua na conservação e a minha dependência é indestrutível; os Anjos e os Santos são servos de Deus. Os apóstolos se gloriam de serem servos de Jesus Cristo. Eu sou seu servo. Portanto, é necessário colocar-me a serviço de Deus de todo coração. Quão louco é o bispo que não se doa de todo coração, a serviço de Deus, simplesmente, sem qualquer motivo ou fim. Salva-me, Senhor! Quão feliz é o homem que se doa inteiramente a serviço de Deus, goza de profundas alegrias! Meu Deus, ajudai-me! Vinde, vinde Espírito Santo! 3. É necessário ter a santidade interior. Jesus Cristo é o único Sacerdote. O Sacerdócio é uno e sempiterno. Todo padre e principalmente o Bispo, é o
principal agente do sacerdócio de Cristo; portanto, o “sede perfeitos”, é uma ordem. Que fazer? Imitar sempre e em tudo a Jesus Cristo. Pensar como Ele, falar como Ele, agir como Ele, viver como Ele. O Jesus, ajudai-me! Assumir o compromisso da confissão semanal. Coloco isto sob a proteção de Maria (Nossa Senhora das Graças). 17
“A vida interior é necessária.”
É certo que o governo de uma Diocese é coisa santa, vem do sobrenatura1 e a ele conduz, mas como sou distraído! Sinto, cada dia mais vivamente, que para levar, sem cair sob ele, o fardo episcopal da vida exterior, é necessária a vida interior, onde somente se encontra a consolação, a força, o sentimento, a luz, a paz que nos sustenta, o maná escondido. Estas coisas eu as sinto, as digo, mas quanto ao agir e a fidelidade a Deus, estou longe, quanto a terra está do céu; vós não as dizeis, mas certamente as fazeis e bem-aventurado sois. 18
“Eis minha única aspiração.”
Fazer o bem, fazer todo o bem possível, eis a minha única aspiração. 19
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7. Homília de todos os Santos, 1876 (AGS 3016/8). 8. Carta Pastoral (...) para a Santa Quaresma de 1884, Placência, pp. 12-13. 9. Homilia da Epifania, 1905 (AGS 3016/3). 10. Carta à Duqueza C. Fogliani Pallavicino, 29-1-1903 (AGS 3025/14). 11. Nota de meditação, 3-1-1893 (AGS 3027/1). 12. Id., 2-2-1893. 13. Testemunho IV, ao 26 do Processo Diocesano informativo. 14. “Propósitos” 24-8-1894 (AGS 3027/1). Propósitos no final de retiro. 15. Id., 24-8-1893. 16. Id., 23-2-1901. 17. Id., 19-8-1894. 18. Carta a Dom N. Brucci, 1901 (AGS 3021/17). 19. Carta ao Prefeito de Placência, S.D. (AGS 3025/6). |
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