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Congregações Scalabrinianas dos Missionários
e Missionárias de São Carlos
Scalabrini Uma voz atual

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  • SEGUNDA PARTE       HOMEM DA IGREJA E PARA A IGREJA
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SEGUNDA PARTE

 

 

 

HOMEM DA IGREJA E

PARA A IGREJA


 

 


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A eclesiologia de Scalabrini deve ser lida à luz das conquistas teológicas de sua época, codificadas nas duas constituições do Concílio Vaticano I, mas já animadas pelos fermentos precursores do Vaticano II, não suficientemente expressos no primeiro Concílio Vaticano por causa de sua forçada interrupção.

Nas numerosas páginas dedicadas à Igreja, convém elucidar os pontos da eclesiologia corrente, que o Bispo escolheu como princípio inspirador da vida e da ação episcopal. Num quadro substancialmente vertical da eclesiologia, estão ressaltados a concepção da Igreja como extensão da Encarnação de Cristo, continuação de sua vida terrena, sua manifestação permanente, entre os homens, família de Deus, corpo de Cristo, comunhão dos Santos.

São elementos que iluminam a “paixão” de Scalabrini pela Igreja, pela Igreja universal, da qual sente a total solicitude e pela Igreja particular, amada como esposa, zelosamente defendida ias ingerências estranhas (“extra-hierárquicas”), em base a um conto de episcopado mais teologal que jurídico: o bispo é o mediar da graça.

Baseado na doutrina do Concílio Vaticano 1, a atenção do Autor se concentra sobre as “prerrogativas” do Papa: primado e infabilidade, com o amor e orgulho de filho que sente como própria a glória do Pai e com a fé do Cristão, que no Papa glorifica Cristo. Fé e amor se traduzem em obediência filial, não servil, nem aduladora.

Scalabrini “sabe que é bispo” e reivindica para si a autoridade divina, modelada sobre “bispo das nossas almas”. A autoridade é serviço, paternidade, dedicação, responsabilidade e co-responsabilidade “para a glória de Deus e a salvação das almas,” para os “interesses de Jesus Cristo e da Igreja”. A mesma natureza sacramental da Igreja é expressa na hierarquia. O “princípio hierárquico” é garantia da transmissão da graça, mediante os canais instituidos por Cristo: Papa, bispo, sacerdote.

O leigo é mais beneficiário que protagonista, mas também ele sacerdote e apóstolo, mediador do bispo e do sacerdote no mundo, como o bispo é mediador de Deus e do Papa junto aos presbíteros e leigos.

A doutrina da “mediação”, isto é, do bispo, único mediador legítimo entre o Papa e os fiéis, hoje redimensionada, é sustentada por D. Scalabrini,


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para afirmar e defender o princípio, colocado praticamente em discussão pela corrente “intransigente”, que no campo da consciência, o único legislador e juiz competente é o Papa para a Igreja universal e, para a Igreja particular o bispo, em comunhão com o Papa.

A pertença e a união à Igreja, isto é, o conjunto de todos os cristãos eclesiásticos e leigos não é fruto de mera “sujeição”, mas se realiza plenamente, mediante a “tríplice união de fé, de comunhão, de obediência” ao Papa e à Igreja, que assegura a união de vida e de graça com a cabeça: Cristo.

 




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