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Congregações Scalabrinianas dos Missionários e Missionárias de São Carlos Scalabrini Uma voz atual IntraText CT - Texto |
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g) A LEI DA IGREJA É O AMOR!
“A Igreja proclama e repete a grande lei do amor.”
A Igreja é nossa mãe de tal bondade que se revela pelas coisas celestiais. Suas palavras, suas obras e suas leis dão testemunho desta bondade. Como o discípulo amado, nos últimos anos de sua vida só repetia, nas reuniões cristãs, estas palavras: Filhinhos, amai-vos uns aos outros; assim a Igreja não proclama e repete aos seus filhos, senão esta grande lei do amor. Ensina-nos a verdade. Exorta-nos à virtude. Recorda-nos os mandamentos de Deus. Ordena-nos a observância de seus preceitos. Faz-nos assistir ao sacrifício eucarístico. Incentiva-nos à frequência aos Sacramentos. Convida-nos à oração. Propõe os mistérios divinos ao nosso culto. Com cada ato do seu ministério, ela substancialmente nos repete a mesma palavra: amai a Deus, amai o próximo. Amai a Deus com toda a vossa mente, com todo o vosso coração, com todas as vossas forças; amai o próximo como a vós mesmos, com aquele amor que vem de Deus. A Igreja manifesta sua maternal bondade não só em suas leis, mas ainda, na maneira como as aplica. Sem prejudicar a unidade fundamental das práticas cristãs, ela sabe acompanhar os tempos, os lugares e as circunstâncias, sabe variar os ritos do seu culto e a austeridade de suas prescrições, segundo o talento, o caráter, os costumes dos povos que governa; sabe prevenir as desordens, moderando a sua disciplina. 42
“A Igreja ama, eis toda a sua vida.”
Mãe desconsolada, freqüentemente ela tem motivo para se queixar de seus filhos, que a oprimem e lhe dilaceram o coração. Porém instituição viva e universal, na ordem do espaço e do tempo, encontra em si mesma, os meios oportunos para prover eficazmente à salvação dos seus, em qualquer novidade ou extravagância dos eventos humanos. (...) Um vínculo maravilhoso une todas as suas partes e este vínculo é a caridade: ai de quem o rompe! Ela ama, eis a sua vida. Feita para o homem, ela penetra todas as instituições, orienta e abençoa todos os progressos, compadece-se e corrige todos erros, prepara ao arrependimento, dispõe à emenda, glorifica o retorno a Deus. Sim, infelizmente o nosso século está doente, como foram todos os séculos que o precederam e vemos a história não partidária reduzir ao seu justo valor, tanto os excessivos louvores de uns, quanto as censuras exageradas de outros. Qual é para um doente o primeiro remédio? Não é talvez a compaixão, a bondade, os cuidados prodigalizados com ternura amorosa? Quando um doente reconhece tais disposições no seu médico, não é verdade que ele se sente mais próximo da cura? Não é verdade que ele se sente atraído docemente para esse médico e até para cortes mais dolorosos; acaba por vir-lhe, ele mesmo, em auxílio? Daí a grande máxima de S. Gregório Magno “para curar as feridas, sempre se deve tocá-las, com cuidado. 43
“Espírito de sabedoria e de moderação, de mansidão e de caridade.”
Este espírito de sabedoria e de moderação, de mansidão e de caridade sempre foi e será, no Cristianismo, o caráter das grandes almas. Onde reina este espírito, desaparecem as discórdias; lá, sem dúvida, encontrareis a ordem, a concórdia, a paz. Ah! voltamos com alegria e ao mesmo tempo com tristeza, àqueles dias venturosos, nos quais a harmonia de todos os fiéis entre si e sua plena e perfeita submissão à ordem hierárquica, estabelecida divinamente aqui na terra, davam à Igreja, segundo a bela expressão de S. Irineu, uma perene flor de juventude que, unida à intacta pureza da fé e da moral, demonstrava-a aos olhos de todos, como coisa divina. Um coração uno e uma alma una, que tornaram vencedores os nossos pais na fé, contra as trevas da idolatria e os furores da barbárie, será também hoje o meio eficaz, senão único, para encaminhar a sociedade presente ao ideal da sociedade cristã. 44
“A caridade, árbitro e senhora de nossos corações.”
A caridade, esta cidadã descida do céu, entre nós, para aproximar os corações, mitigar as fadigas, reerguer os ânimos abatidos, tornar felizes, com as alegrias mais puras, as famílias desventuradas, o mais belo dom que Deus podia fazer à criatura. A caridade torna o jugo suave, e leve o peso da lei e da vida; esparge alguma flor no difícil caminho do exílio; é o bálsamo para tantas chagas, o refrigério para tantos corações. A caridade, unida ao maior e primeiro preceito do amor de Deus, encaminha-nos, pobres peregrinos, à conquista daquela pátria, à entrada do paraíso, a fé e a esperança nos deixarão e onde só ela, a caridade, entrará, para ali reinar. A caridade, a grande lei do Cristianismo, deve resplandecer sobre nossa fronte e ser árbitro e senhora do nosso coração. Reclama de nós qualquer sacrifício que não podemos negar aos nossos irmãos, sem nos tornar culpáveis de uma dureza imperdoável, sem desmentir com os fatos o título de cristão, do qual merecidamente nos gloriamos. 45
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42. A Igreja Católica, Placência, 1888, pp. 30-3 1. 43. Católicos de nome e católicos de fato, Placência, 1887, pp. 24-25. O autor sustenta contra os “intransigentes” que o primeiro “Direito” da Igreja é a caridade. 44. Id., p. 27. 45. Palavras pronunciadas por ocasião do desastre na ilha de Isquia, 4-8-1883 (AGS 3018/23). |
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