4. De maneira mais do que nunca significativa, o meu
Pontificado começa no momento em que a Igreja está a viver o especial Ano
dedicado à Eucaristia. Como não tirar desta providencial coincidência um
elemento que deve caracterizar o ministério para o qual fui chamado? A
Eucaristia, coração da vida cristã e fonte da missão evangelizadora da Igreja,
não pode deixar de constituir o centro permanente e a fonte do serviço petrino
que me foi oferecido.
A Eucaristia torna constantemente presente Cristo ressuscitado, que continua
a oferecer-se a nós, chamando-nos a participar da mesa do seu Corpo e do seu
Sangue. Da comunhão plena com Ele brotam todos os outros elementos da vida da
Igreja, em primeiro lugar a comunhão entre todos os fiéis, o compromisso de
anúncio e testemunho do Evangelho, o fervor da caridade para com todos,
especialmente para com os mais pobres e pequeninos.
Por conseguinte, neste ano deverá ser celebrada com particular relevo a Solenidade
do Corpus Domini. Depois, a Eucaristia estará no centro, em Agosto, da Jornada
Mundial da Juventude em Colónia, que se desenvolverá sobre o tema: "A
Eucaristia: fonte e ápice da vida e da missão da Igreja". Peço a todos
que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia e
que exprimam de modo corajoso e claro a fé na presença real do Senhor,
sobretudo mediante a solenidade e a rectidão das celebrações.
Peço isto de modo especial aos Sacerdotes, nos quais penso neste momento com
grande afecto. O Sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, juntamente com a
Eucaristia, como muitas vezes realçou o meu venerado Predecessor João Paulo II.
"A existência sacerdotal deve a título especial tomar "forma
eucarística"", escreveu na sua última Carta para a Quinta-Feira
Santa (n. 1). Para esta finalidade contribui antes de mais a devota
celebração quotidiana da sua santa Missa, centro da vida e da missão de cada
Sacerdote.
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