Ao encontrar-me convosco, não posso deixar de recordar o
longo e frutuoso ministério do estimado João Paulo II! Infatigável missionário
do Evangelho nos numerosos países que visitou, ele prestou também um serviço
único à causa da unidade da família humana. Indicou o caminho que conduz a
Deus, convidando todos os homens de boa vontade a revigorar incessantemente a
sua consciência e a edificar uma sociedade de justiça, paz, solidariedade, na
caridade e no perdão recíprocos. Também não podemos esquecer-nos dos numerosos
encontros com os Chefes de Estado, com os Chefes de Governo e com os
Embaixadores, aqui, no Vaticano, durante os quais se comprometeu na defesa da
causa da paz. Por meu lado, provenho de um país onde a paz e a fraternidade são
muito queridas ao coração de todos os habitantes, sobretudo daqueles que, como
eu, conheceram a guerra e a separação entre irmãos pertencentes a uma mesma
nação, por causa de ideologias devastadoras e desumanas que, à sombra de sonhos
ilusórios, fazia pesar sobre os homens o jugo da opressão. Por conseguinte, vós
compreendeis que sou particularmente sensível ao diálogo entre todos os homens,
para vencer todas as formas de conflitos e de tensões, e para fazer da nossa
terra uma terra de paz e fraternidade. Todos juntos, conjugando os seus
esforços, as comunidades cristãs, os Responsáveis das nações, os Diplomatas e
todos os homens de boa vontade, estão chamados a edificar uma sociedade
pacífica, a fim de vencer a tentação de confrontos entre culturas, etnias e
mundos diferentes. Para esta finalidade, cada povo deve haurir do seu
património espiritual e cultural os valores melhores dos quais é portador, para
ir sem receio ao encontro do próximo, aceitando disponibilizar as suas riquezas
espirituais e materiais em benefício de todos.
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