O Senhor Embaixador observou que a causa da integração
social, que o seu governo está a buscar com tanta coragem, aproxima legitimamente
o seu país do restante da Europa. Com efeito, as suas tradições e a sua cultura
encontram nela uma ressonância natural e pertencem ao espírito que imbui este
Continente. Como o meu querido predecessor afirmou em numerosas ocasiões, a
Europa tem necessidade das nações dos Balcãs, e elas precisam da Europa! Não
obstante, a entrada na Comunidade Europeia não deveria ser compreendida
meramente como uma panaceia para superar as adversidades económicas. No
processo de expansão da União Europeia, é de "importância capital"
recordar que ela "não terá consistência, se ficar reduzida apenas às
dimensões geográficas e económicas". Pelo contrário, a União deve
"consistir, em primeiro lugar, num consenso sobre os valores a exprimir no
direito e na vida" (Ecclesia in Europa, 110). Isto, justamente,
exige da parte de cada um dos Estados uma ordem social própria que reconheça
com criatividade a alma da Europa, forjada através da contribuição determinante
do cristianismo, na afirmação da dignidade transcendente da pessoa humana e dos
valores da razão, da liberdade, da democracia e do Estado de direito (cf. ibid.,
n. 109).
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