Série de recomendações para a direção
espiritual dos irmãos da comunidade.
Vaugirard,
29 de março de 1867
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Vou
responder com uma extrema brevidade à sua carta, estando mais apressado no
sábado do que nos outros dias.
Convide
o Sr. seu pai em meu nome. Poderá dizer a seus irmãos: o Sr. Superior tomou a
responsabilidade de convidar meu pai a alojar-se dois ou três dias aqui. Por
mim mesmo, não teria tomado essa iniciativa, sabendo que a regra, como nossos
usos, se opõe a isso formalmente, mas o Sr. Superior, considerando que meu pai
prestou à Comunidade alguns serviços notáveis, o considerou como benfeitor da
obra e agiu de acordo. Parece-me que isso seria aceito assim. Não entendi quais
perguntas espinhosas ele poderia lhe fazer. Se é para sua pensão, poderia
dizer: o Sr. Superior faz nossa casa e nossas obras aproveitarem-se dela, eu
organizo de costume seu uso segundo seu parecer.
O
Sr. Ladouce. Vi sua boa mãe hoje. Seus pais vão bem, estão felizes pelas
notícias que lhes dei dele. Ficarão contentes por revê-lo no retiro, mas
confiam muito que ele ficaria em Angers ao menos até o próximo ano escolar.
Vêem com alegria que progride no bem sob sua direção e o encorajarão dignamente
a ser fiel em tudo aos deveres de sua posição. Deus atenderá suas preces por
seu caro filho, cujos verdadeiros interesses entendem admiravelmente.
Que
peça licença para as exceções ao regulamento (deitar, levantar, etc.), se são necessárias,
e não aja por iniciativa própria. Em direção, suavemente influir tanto quanto
puder. Todos devem preparar a Conferência. Um pode ser designado
particularmente cada vez para tratá-la mais especialmente e lê-la na
assembléia. Assim, em Vaugirard, dois são designados cada vez.
Cozinha.
Voltar muitas vezes sobre a observação, anotar as falhas de cada um; nisso como
em tudo, utilizar na direção.
Vinho.
Recomendações em alta voz e em particular. Talvez misturar um pouco de água no
vinho de antemão, mas não no próprio local.
O
Sr. Moutier. O sumário de suas funções ordinárias seria seu regulamento
particular. Precisava de mais liberdade em Vaugirard, por causa da distância de
Sainte Anne e das demoradas corridas para colocações. Em direção, falar à sua
consciência para o emprego do tempo. Espírito de fé e de piedade devem
conduzi-lo.
Sr.
Gauffriau. Dizer que lembro a você expressamente que devemos, mais do que
nunca, evitar todos os sinais de familiaridade com as crianças.
A
Universidade. O Sr. Duruy, particularmente, recolhe os menores fatos que pode
anotar contra as instituições cristãs, as assinala à Tribuna com malevolência
evidente. Recomendações novas e instantes da minha parte. Comportamento digno e
conveniente com todos, com as crianças em particular.
Torne
a falar docemente sobre as vantagens, a necessidade da oração. A preguiça e o
costume de não se incomodar por causa dos outros explicam isso em grande parte,
mas não conseguirá nada pela severidade: sua índole não o suportaria. Faça o que
os assuntos podem exigir. Em direção, lhe falar, talvez, da infração de sua
proibição para o órgão (não me lembrava que soubesse o suficiente para
acompanhar). Pondo de lado a defesa transgredida, era talvez uma ocasião de
treinar; se fosse possível regularizar a coisa sem que a autoridade do Superior
fosse prejudicada, seria possível, acho, ceder, mas fazendo-o sentir e avisando
a fábrica de que é sem compromisso para o futuro.
Para
a capelania, procure conseguir que o capelão venha mais regularmente e peça que
se faça substituir por um outro (não ora um, ora outro), para tornar tão raras
quanto possível as substituições do Sr. Gauffriau.
Adeus,
caríssimo amigo. É tarefa difícil dirigir almas pouco firmes e pouco
esclarecidas, mas a paciência e a condescendência são entre nossas obrigações
absolutas. Nosso Senhor nos suporta, que admirável exemplo! Suportou seus
apóstolos e todos aqueles que o cercavam, imitemo-lo. Se os imperfeitos se
tornarem melhores ou, até, não ficarem piores, Lhe agradaremos.
Mil
afeições a você e a todos.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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