Questões concernentes
à família de Varax. Pregações em Arras. Breves notícias.
Vaugirard, 28 de maio de 1867
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Respondo brevemente aos dois pontos essenciais de sua carta,
para não correr o risco de atrasar esta missiva. Parece-me que tem, para os
negócios de que a Sra. Sua mãe o entreteve, um pouco de trégua, pois ela deve
ver o Sr. Bartholy [Berloty] de Lyon. Há grande chance que receba desse lado um
parecer favorável e que, em seguida, aproximando-se da família de seu irmão,
seja levada, por ocasiões bem naturais, a dar os esclarecimentos que seriam
necessários, parece, para prevenir malentendidos. Falo aqui um pouco por
conjectura, pois, os termos da carta da Sra. de Varax contendo muitos
subentendidos, intelegíveis para você facilmente, captei somente em parte as
dificuldades da posição. Estou quase contente com isso, porque, se a Sra. de
Varax, incitando-o um pouco, perguntasse precisamente se você me entreteve
dessas coisas íntimas, poderia, com razão, responder : Tentei dar-lhe,
sumariamente, uma idéia, mas ele mal entendeu.
Seja como for, entrevejo bastante que sua presença seria
agradável, provavelmente útil, mas parece-me que um pouco de temporização, se
não é impossível absolutamente, permitiria às coisas esclarecerem-se como por
si mesmas e que, ao mesmo tempo, a calma voltando nos espíritos, se sentiria
menos a necessidade de chamá-lo de novo. Em todo o caso, a ausência se poderia
medir segundo as necessidades de sua casa de Arras. Acho que o Sr. Lantiez
poderá aproveitar o momento em
que Monsenhor de Arras fará uma aparição no meio de suas
visitas pastorais. O Sr. Roussel poderia, talvez, assegurá-lo se Monsenhor
teria condições de receber o Sr. Lantiez, para que não fizesse uma viagem
inútil : a ordenação e a primeira comunhão não podem muito se fazer sem
você. Procure prover a tudo, sem entristecer sua boa mãe e sem aumentar seus
embaraços. Você verá mais claro, sem dúvida, daqui a um certo tempo.
Para a pregação, acho que seria melhor, segundo a regra, não
aceitar, e que o Sr. Pároco entenderá que o que corresponde à nossa posição é o
mais perfeito para nós. Se, no entanto, esse bom Pároco fosse ferido por sua
recusa, ceda, suplicando-o para não mais recorrer a você.
Nada de novo aqui : um ou dois ou três postulantes,
bons, espero, pelos lados essenciais, muito inexperimentados aliás e podendo
valer somente no futuro. Passeio muito agradável após o retiro (na
quarta-feira, dia 22) a pedido do R.P. Leblanc. Toda a família reunida em
Chaville, em cordial efusão.
O Sr. Hello partirá, acho, no dia 11 de junho393
[para Roma]. Está organizando sua substituição. O Sr. Bedel é seu companheiro
de viagem, mas, a menos de um milagre, não augure nada para uma aproximação a
nós : o Arcebispado recusa absolutamente abrir mão dele. Para ele, acho
que não sonha nisso de maneira alguma.
O Sr. Lantiez voltou contente de sua viagem. Se for de novo,
mostre-lhe corretamente o fraco tanto quanto o forte : é importante para
nós ver tudo para bem julgar.
Parece-me que devemos ficar sem querer nada e procurar
simplesmente a vontade de Deus.
O Sr. Laroche me escreveu recentemente, do local de sua cura
onde se instala cada vez mais, palavras bondosas, aliás, e animadoras sobre o
bem que a Comunidade opera em Arras. É bem neste sentido que essa
correspondência havia de ser concebida.
Adeus, meu excelente amigo e filho em N.S., mil afeições de
coração para você e para seus irmãos.
Seu devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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