Projetos de
mudanças no pessoal dirigente de Vaugirard. Prudência do Sr. Le Prevost que
utiliza da melhor forma possível os “fracos recursos” de que dispõe. O Sr.
Lantiez e a obra das Damas (Cursos Désir, da rua Jacob).
Vaugirard,
10 de fevereiro de 1868
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Queria
acrescentar algumas palavras ao envio que lhe fez o Sr. Georges [de Lauriston] do
compêndio dos costumes ou anuário (parcial) para o presente mês, mas não achei
um só momento oportuno para isso. Acho ter-lhe dito que minhas semanas
estão divididas agora entre Vaugirard, Chaville e Nazareth. Essas idas e vindas
cortam meus dias e absorvem muito tempo. Somos obrigados, todos, a estar assim
ocupados com várias coisas, por causa do número insuficiente demais de nosso
pessoal comparado à multidão de nossos encargos.
Procuramos
muitas vezes se, por esquemas novos de nossos meios, não poderíamos melhorar
nossos serviços. Mas repugnamos muito às mudanças que raramente se efetuam sem
graves inconvenientes. O melhor meio de nos fazer uma situação menos onerosa
seria, certamente, desprendermo-nos de algumas de nossas obras as menos
essenciais. No último Conselho, para descarregar o Sr. Lantiez de uma obra de
Damas que tem há muitos anos e que não se decidirá sem dificuldades a passar
sem seus cuidados, propunha-se mandá-lo para o interior e chamar de volta para
Paris algum dos irmãos eclesiásticos que têm posto ali, para velar no lugar
dele sobre a casa de Vaugirard com o Sr. Myionnet e o Sr. Chaverot (este último
estando ainda jovem demais para funcionar sozinho). Sem me deter nessa
hipótese, que não foi a única avançada, pensei que poderia ser sábio, ao menos,
estudar esse meio ao mesmo tempo que os outros, para ver até que ponto um ou
outro, entre todos, poderia ser realizável sem inconveniente demasiado.
Peço-lhe, portanto, na ocasião, para me dizer, num prazo de alguns meses, se
acredita que uma mudança semelhante seria praticável em Angers, com a condição
de usar as cautelas que toda mudança pede.
Não
vá pensar, repito, que haja algo preciso nesta idéia, quanto a Angers em
particular. É, bem positivamente, um simples olhar deitado no conjunto de
nossos fracos recursos, para procurar se poderiam ser combinados de maneira
mais cômoda. Se uma mudança tiver de arrastar várias outras e causar uma grande
movimentação entre nós, não será, certamente, considerada. Sou velho demais
para me comprazer nas revoluções e perturbações.
É
nesse espírito que deverão ser concebidas as respostas que aguardarei, seja de
Angers, seja de outro lugar. Não preciso dizer que seria muito lamentável que
se suspeitasse algo dessas poucas deliberações que agitariam todas as cabeças
e, com bastante probabilidade, sem fundo notável nenhum, quanto aos efeitos que
resultarão.
Confio
que o rude e longo inverno deste ano não o terá maltratado demais. Desejo
também que a indisposição de que havia sofrido, há um certo tempo, tiver sido
sem conseqüência. Diga-me uma palavra sobre esse artigo muito importante.
O
Sr. Leon [Guichard], na sua passagem por aqui, nos disse que os trabalhos de
sua capela avançam. Está prevendo o fim? O preço dos trabalhos ficará
exatamente no limite das previsões? Conseguirá seus fundos sem dificuldade
demais?
Fiquei
sabendo com alegria que estava secundado por um capelão que soubera ganhar o
espírito de seus jovens. O Senhor seja bendito!
Aguardarei,
daqui a pouco, algumas palavras de meu caro filho Moutier que prometeu me
escrever de vez em quando.
Seria
bom também que o Sr. Boiry fizesse a mesma coisa, ou para o Sr. Lantiez, ou
para mim.
Adeus,
meu caríssimo filho em
N.S. Assegure todos os nossos irmãos de minha terna afeição e
segure uma notável parte para você.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Está sempre contente com seus novos meios para
a administração de sua economia doméstica?
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